Faixa de Gaza: Transferir pessoas gravemente doentes é “sentença de morte”, diz OMS
Declaração da agência da ONU se dá após Israel ordenar a evacuação de regiões de Gaza e impor um bloqueio total de suprimentos essenciais aos palestinos
A Organização Mundial da Saúde (OMS) disse nesta sexta-feira (13) que as autoridades locais de saúde em Gaza informaram que é impossível retirar pacientes hospitalares do norte da Faixa de Gaza, depois que os militares israelenses pediram que os civis evacuassem para o sul dentro de 24 horas.
“Há pessoas gravemente doentes, cujos ferimentos significam que sua única chance de sobrevivência é estar sob suporte de vida, como ventiladores mecânicos”, disse o porta-voz da OMS, Tarik Jasarevic. “Portanto, transportar essas pessoas é uma sentença de morte. Pedir aos profissionais de saúde que façam isso é muito cruel.”
A OMS, que já havia alertado que os hospitais na Faixa de Gaza estavam em um ponto de colapso, disse que as unidades de saúde ao sul do território palestino estavam superlotadas, enquanto os dois principais hospitais no norte já haviam excedido sua capacidade combinada de 760 leitos.
“Os hospitais têm apenas algumas horas de eletricidade por dia, pois são forçados a racionar as reservas de combustível que estão se esgotando e dependem de geradores para manter as funções mais críticas”, disse Jasarevic. “E mesmo essas funções terão que ser interrompidas em alguns dias, quando os estoques de combustível acabarem.”
Jasarevic acrescentou que isso teria um impacto devastador sobre pessoas feridas que precisam de cirurgia, pacientes em unidades de terapia intensiva e recém-nascidos que dependem de incubadoras.
A Faixa de Gaza também está enfrentando uma escassez de bancos de sangue hospitalares e medicamentos, disse a OMS.
“O tempo está se esgotando para evitar uma catástrofe humanitária, se o combustível, água, alimentos e suprimentos humanitários e de saúde que salvam vidas não puderem ser entregues com urgência à Faixa de Gaza em meio ao bloqueio total [imposto por Israel]”, afirmou Jasarevic.