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    Extradição do filho de “El Chapo” para os EUA é interrompida

    País busca a extradição de Guzmán por tráfico de drogas e ofereceu até US$ 5 milhões por informações que levassem a sua captura

    Elizabeth PlazaKiarinna ParisiMitchell McCluskeyTara Johnda CNN

    Um juiz federal da Cidade do México suspendeu a extradição do filho de Joaquin “El Chapo” Guzmán, Ovidio Guzmán, para os Estados Unidos, na sexta-feira (6), um dia depois que ele foi preso em uma intensa operação no norte do México que levou à morte de 29 pessoas.

    Os Estados Unidos buscam a extradição de Guzmán por tráfico de drogas e ofereceram até US$ 5 milhões por informações que levassem à captura do homem que dizem ser “um membro sênior do Cartel de Sinaloa”.

    Na quinta-feira (5), o ministro das Relações Exteriores do México, Marcelo Ebrard, confirmou que há um mandado de prisão nos Estados Unidos datado de 19 de setembro de 2019, mas disse que a possível extradição de Guzmán não seria imediata devido às formalidades da lei.

    Ele também afirmou que Guzmán tem processos judiciais em andamento no México.

    De acordo com a rede Televisa e outros meios de comunicação mexicanos, outro juiz federal ordenou posteriormente que Guzmán permanecesse em 60 dias de prisão preventiva para fins de extradição após uma audiência na prisão federal de segurança máxima de Altiplano, onde está detido.

    A CNN solicitou uma resposta da defesa de Guzmán, mas ainda não obteve resposta.

    Fuga da prisão

    O pai de Guzmán, “El Chapo”, escapou da prisão de Altiplano em 11 de julho de 2015 por um túnel de um quilômetro e meio que apresentava uma motocicleta nos trilhos. Mais tarde, ele foi capturado e condenado nos Estados Unidos.

    Ovidio Guzmán já havia sido preso pelas autoridades federais em outubro de 2019, mas foi libertado por ordem do presidente Andrés Manuel López Obrador para evitar mais derramamento de sangue.

    Sua última prisão ocorre dias antes do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, e do primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau, visitarem a Cidade do México para participar da Cúpula de Líderes da América do Norte.

    Capturar Guzmán pode ser uma maneira de López Obrador mostrar aos Estados Unidos que está “no controle das forças armadas e da situação de segurança do México”, disse Gladys McCormick, professora associada da Universidade de Syracuse que se concentra nas relações México-EUA, à CNN em um o e-mail.

    “Isso também neutraliza o poder por trás de qualquer pedido do governo Biden para conter a onda de fentanil e outros narcóticos na fronteira”, acrescentou ela.

    Em entrevista coletiva na sexta-feira, López Obrador negou que a prisão de Guzmán esteja ligada à chegada de Biden, dizendo que as autoridades mexicanas agiram de forma autônoma.

    “Sobre interpretações, são muitas, não as compartilhamos, agimos com autonomia”, disse o presidente mexicano.

    Consequências violentas

    Após a prisão de Guzmán em Culiacán na quinta-feira, o caos estourou na cidade. As autoridades pediram aos cidadãos que se refugiassem devido aos confrontos em várias áreas.

    Sua prisão foi resultado de uma longa operação que envolveu 200 forças especiais, disse o ministro da Defesa, Luis Cresencio Sandoval, na sexta-feira.

    Pelo menos 19 supostos membros de gangues e 10 militares morreram durante confrontos violentos no estado de Sinaloa, no norte do México, depois que as autoridades prenderam Guzmán e outras 21 pessoas. Nenhuma morte ou ferimento de civis foi relatado.

    A segurança na prisão de Altiplano aumentou desde que Guzmán foi detido, acrescentou o ministro.

    O presidente disse mais tarde na sexta-feira que a cidade estava mais calma e as autoridades estavam trabalhando para limpar as estradas.

    “Em Culiacán, abrimos todas as estradas bloqueadas e estamos trabalhando na remoção dos veículos que estão ao longo das ruas”, disse López Obrador.

    O estado de Sinaloa, onde fica Culiacán, abriga uma das organizações de narcotráfico mais poderosas do mundo, o Cartel de Sinaloa, do qual “El Chapo” era o líder.

    O Departamento de Estado dos Estados Unidos escreveu que Guzmán e seu irmão, Joaquín Guzmán-López, “herdaram grande parte da receita do narcótico” após a morte de outro irmão, Edgar Guzmán-López.

    Eles “começaram a investir grandes quantias de dinheiro na compra de maconha no México e cocaína na Colômbia. Eles também compraram grandes doses de efedrina da Argentina e organizaram o contrabando do produto para o México quando experimentaram a produção de metanfetamina”, disse o Departamento de Estado.

    Os irmãos também são acusados de supervisionar cerca de 11 “laboratórios de metanfetamina no estado de Sinaloa”, diz o Departamento de Estado.

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