Explosão em porto de Beirute, no Líbano, completa um ano com revolta e luto
Moradores expressaram revolta e tristeza no momento em que o país sofre um colapso financeiro
O Líbano lembrou nesta quarta-feira (4) a marca de um ano da explosão catastrófica no porto de Beirute. Moradores expressaram revolta e tristeza em uma cidade na qual muitos ainda estão de luto e exigindo justiça.
Um ano após a explosão, causada por uma quantidade imensa de nitrato de amônio armazenada inadequadamente no porto durante anos, nenhuma autoridade de alto escalão foi responsabilizada, o que enfurece muitos libaneses no momento em que o país sofre um colapso financeiro debilitante.
A investigação libanesa sobre o desastre está travada, já que pedidos para interrogar políticos veteranos e ex-autoridades são negados.
Mais de 200 pessoas morreram e outras milhares ficaram feridas. Uma das maiores explosões não-nucleares já registradas, o incidente foi sentido até no Chipre, a mais de 240 quilômetros de distância.
As famílias das vítimas organizam manifestações exigindo justiça para os que perderam a vida.
“Ainda não esquecemos, esta é uma hora de revolta e tristeza”, disse Khose Khilichian, morador do bairro de Bourj Hammoud, próximo do porto, que disse que rezará pelas vítimas. “Minha esposa e eu estávamos na sacada, e fomos parar no meio da sala de estar. Minha casa toda foi destruída”.
O dano ainda é visível em grande parte de Beirute. O porto se assemelha ao local da queda de uma bomba, e seus silos de grãos elevados continuam danificados.
Um cartaz imenso em um edifício com vista para o porto dizia: “Reféns de um Estado Homicida”.
*Reportagem de Imad Creidi