Explosão em Beirute termina de derrubar um Líbano já em crise, diz historiadora
Pesquisadora avaliou que hipótese de um atentado é pior dos cenários, porque mergulharia o país novamente em uma crise regional
A explosão que destruiu prédios e deixou mais de uma centena de mortos e milhares de feridos em Beirute, no Líbano, termina de ‘derrubar’ um país que já vive uma crise econômica, política e social, avaliou Arlene Clemesha, professora de História Árabe da Universidade de São Paulo (USP), em entrevista à CNN nesta quarta-feira (5). “O Líbano vai precisar de ajuda internacional para se colocar de pé em um primeiro momento”, disse.
“É um país que está se desintegrando a olhos nus, que não tem a coleta de lixo, não tem sistema bancário adequado nem infraestrutura que atenda às necessidades, além de produção de alimentos insatisfatória”, disse. “O país vem sofrendo uma enorme crise que é econômica, em primeiro lugar, política e social”, acrescentou.
Leia e assista também:
Veja imagens aéreas de Beirute após a explosão
Explosão em Beirute: o que se sabe até agora
Comerciante perde padaria poucos meses após inauguração: ‘Beirute foi destruída’
Arlene classificou que “a hipótese de um atentado é o pior dos cenários, porque mergulharia o Líbano novamente em uma crise regional”. Por outro lado, a confirmação de que se tratou de um acidente mostrará a “incompetência do governo do país”, segundo ela..
De acordo com o presidente do país, Michel Aoun, 2.750 toneladas de nitrato de amônio – substância que é usada em fertilizantes e bombas -, foram armazenadas por seis anos no porto, sem medidas de segurança, o que pode ter ocasionado um acidente.
Equipes de resgate libanesas seguem, nesta quarta-feira (5), vasculhando os escombros à procura de sobreviventes da poderosa explosão que destruiu parte da capital Beirute na terça-feira, matando ao menos 113 pessoas e ferindo quase 4.000, segundo autoridades locais e a Cruz Vermelha. Especialistas afirmam que número ainda deve aumentar.
A grande explosão ocorrida na capital do Líbano resultou em danos estimados entre US$ 3 bilhões e US$ 5 bilhões, disse o governador de Beirute, Marwan Abboud, a jornalistas.
(Edição: Leonardo Lellis)
