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    Exercícios militares perto de Taiwan são para “combater arrogância separatista”, diz China

    Aumento das atividades militares no estreito de Taiwan elevou o risco dos eventos "saírem do controle" e provocarem um confronto acidental, alerta o ministro da defesa da ilha

    Tensão entre China e Taiwan cresce à medida que atividade militar na fronteira se torna mais intensa
    Tensão entre China e Taiwan cresce à medida que atividade militar na fronteira se torna mais intensa REUTERS/Dado Ruvic

    Bernard OrrRoger Tungda Reuters

    O goveno da China afirmou nesta quarta-feira (27) que a recente série de exercícios militares perto de Taiwan teve o objetivo de “combater a arrogância” das forças separatistas.

    A declaração acontece enquanto o favorito para ser o próximo presidente de Taiwan disse que a China está tentando “anexar” a ilha.

    Taiwan — que a China reivindica como parte de seu território — disse neste mês que havia observado dezenas de caças, drones, bombardeiros e outras aeronaves, bem como navios de guerra e o porta-aviões chinês Shandong, operando nas proximidades.

    O aumento da frequência das atividades militares da China elevou o risco dos eventos “saírem do controle” e provocarem um confronto acidental, alertou o ministro da defesa da ilha.

    Questionado sobre o aumento dos exercícios e as preocupações de Taiwan o risco elevado, Zhu Fenglian, porta-voz do Escritório de Assuntos de Taiwan da China, reconheceu os exercícios do Exército de Libertação Popular chinês.

    “O objetivo é combater resolutamente a arrogância das forças separatistas de Taiwan e suas ações para buscar a independência”, disse Zhu em uma coletiva de imprensa em Pequim.

    Ela pediu que as pessoas em Taiwan façam a distinção entre “certo e errado”, se oponham à independência da ilha e trabalhem com a China para manter a paz e a estabilidade no Estreito de Taiwan.

    A China tem uma aversão particularmente forte a William Lai, o favorito para ser eleito presidente nas eleições de janeiro em Taiwan, devido a comentários anteriores em apoio à independência.

    Entretanto, ele diz que não pretende mudar o status quo e se dispôs a conversar com Pequim.

    A situação no Estreito de Taiwan “não melhorou com o passar do tempo”, disse Lai, que agora é o vice-presidente da ilha.

    “As tentativas da China de anexar Taiwan não mudaram”, disse ele em um evento em Taipei, nesta quarta-feira (27), para marcar o 37º aniversário da fundação do Partido Democrático Progressista.

    As Forças Armadas da China não mencionaram ou comentaram explicitamente os exercícios, em um momento em que o ministro da Defesa chinês, Li Shangfu, desapareceu da vista do público. Fontes disseram à Reuters que ele está sendo investigado por corrupção.

    O governo democraticamente eleito de Taiwan afirma que somente o povo da ilha pode decidir seu futuro e ofereceu repetidamente, diálogo com a China, rejeitado por Pequim.

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    O Ministério da Defesa de Taiwan relatou também outros movimentos militares chineses, dizendo que havia detectado e respondido a 16 aeronaves chinesas que entraram na zona de identificação de defesa aérea da ilha nas últimas 24 horas.

    Dessas, 12 cruzaram a linha mediana do estreito de Taiwan, que serve como uma barreira não oficial entre os dois lados. A China começou a cruzá-la regularmente em agosto do ano passado.

    Na quinta-feira, Taiwan deve lançar o primeiro de oito submarinos fabricados internamente, reforçando suas defesas contra a China.

    Em Pequim, quando perguntado sobre os submarinos, Zhu disse que os esforços do DPP de Taiwan para “buscar a independência pela força” só exacerbariam as tensões e “empurrariam o povo taiwanês para uma situação perigosa”.

    Em uma revelação incomum na semana passada, o Ministério da Defesa de Taiwan disse que estava monitorando os exercícios da China na província de Fujian, no sul, em frente a Taiwan. Normalmente, Taiwan fornece detalhes apenas dos exercícios nos céus e nas águas ao seu redor.

    Uma autoridade graduada de Taiwan, familiarizada com o planejamento de segurança na região, disse à Reuters que as informações foram divulgadas para mostrar a capacidade de vigilância e inteligência da ilha.

    “Podemos ver os detalhes e estamos preparados”, disse a fonte, falando sob condição de anonimato, pois não estava autorizada a falar com a imprensa.

    Os militares chineses também não comentaram sobre os exercícios de Fujian.

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