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    Executiva da Huawei faz acordo com EUA e volta para a China

    Meng Wanzhou estava detida no Canadá há quase três anos após ter sido acusada, pela promotoria americana, de promover fraude bancária

    Reuters

    A CFO da Huawei Meng Wanzhou voltou para a China na sexta-feira (24) após chegar a um acordo com a promotoria dos Estados Unidos para encerrar o caso de fraude bancária contra ela, aliviando um ponto de tensão entre os dois países.

    Poucas horas após a notícia do acordo, dois canadenses que foram presos logo após Meng ter sido levado sob custódia em dezembro de 2018 foram libertados das prisões chinesas para voltarem ao Canadá. Pequim havia negado que suas prisões estivessem ligadas.

    O drama da extradição tem sido, há anos, uma fonte central de discórdia nos laços cada vez mais conturbados entre Pequim e Washington, com as autoridades chinesas sinalizando que o caso precisava ser arquivado para ajudar a por fim a um impasse diplomático.

    O acordo também deixa o presidente dos EUA Joe Biden suscetível a críticas em Washington, onde alguns afirmam que seu governo tem cedido para a China e para uma das principais empresas do país asiático que está no centro de uma rivalidade tecnológica global entre os dois países.

    Meng foi presa no Aeroporto Internacional de Vancouver após um mandado dos EUA, e indiciada por acusações de fraude bancária por supostamente enganar o HSBC em 2013 sobre as negociações comerciais da Huawei no Irã.

    Nicole Boeckmann, a advogada americana de Meng, disse que, ao celebrar o acordo, “Meng assumiu a responsabilidade por seu papel principal na perpetração de um esquema para defraudar uma instituição financeira global”.

    O acordo diz respeito apenas a Meng, e o Departamento de Justiça dos EUA disse que está se preparando para o julgamento contra a Huawei, com expectativa de provar seu caso no tribunal.

    O Ministério das Relações Exteriores da China não respondeu imediatamente a um pedido de comentários sobre a libertação de Meng ou dos canadenses.

    Uma porta-voz da Huawei recusou-se a comentar.

    Uma pessoa familiarizada com o assunto disse que Meng – a filha do fundador da Huawei Ren Zhengfei – havia deixado o Canadá em um voo para Shenzhen.

    Os dois canadenses, o empresário Michael Spavor e o ex-diplomata Michael Kovrig, haviam sido detidos na China por mais de 1.000 dias. Em agosto, um tribunal chinês condenou Spavor a 11 anos de prisão por espionagem.

    “Princesa da Huawei”

    Em uma audiência no tribunal federal do Brooklyn, na sexta-feira, a qual Meng compareceu virtualmente do Canadá, o procurador assistente David Kessler disse que o governo iria mover uma ação para retirar as acusações contra ela se ela cumprisse todas as suas obrigações nos termos do acordo, que termina em dezembro de 2022.

    Ele acrescentou que Meng seria liberada com um título de reconhecimento pessoal, e que os Estados Unidos planejam retirar seu pedido ao Canadá para sua extradição.

    Falando com apoiadores e repórteres sobre os passos do tribunal depois, Meng agradeceu ao juiz por sua “justiça” e falou de como o caso havia virado sua vida “de cabeça para baixo”.

    Meng ficou confinada em sua casa em Vancouver e monitorada 24 horas por dia, 7 dias por semana, por uma equipe de segurança privada que ela pagou como parte de seu contrato de fiança.

    Chamada pela mídia estatal chinesa como a “Princesa da Huawei”, ela era obrigada a usar uma pulseira de tornozelo eletrônica para monitorar seus movimentos.

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