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    Príncipe herdeiro da Jordânia diz que foi colocado em prisão domiciliar

    Hamzah bin Hussein disse que os militares jordanianos alertaram que ele não deveria sair de casa

    Ghazi Balkiz, Jomana Karadsheh and Alaa Elassar, da CNN

    O ex-príncipe herdeiro da Jordânia, Hamzah bin Hussein, afirmou, em um vídeo obtido pela BBC, que foi colocado em isolamento e sua comunicação foi cortada. Ele é meio-irmão do rei Abdullah II.

    Hamzah bin Hussein disse que os militares jordanianos alertaram que ele não deveria sair de casa, sugerindo que ele fosse colocado em prisão domiciliar.

    O príncipe é o filho mais velho do falecido rei Hussein e da rainha Noor, nascida nos Estados Unidos.

    “Recebi esta manhã a visita do Chefe do Estado-Maior, o General das Forças Armadas da Jordânia. Ele me informou que eu não poderia mais sair de casa para me encontrar com outras pessoas e nem para me comunicar com elas, porque nas reuniões em que eu estive e minhas redes sociais houve críticas ao rei”, disse Hamzah bin Hussein no vídeo que a BBC afirma ter sido enviado pelo advogado do príncipe.

    O vídeo surgiu quando a agência de notícias estatal da Jordânia, Petra, relatou que outro membro da família real, Hassan bin Zaid, e o ex-chefe da corte real, Basem Awadallah, foram presos no sábado (3) por “razões de segurança”. A Petra informou que uma investigação estava em andamento, mas não deu mais detalhes.

    Zaid é um primo distante do rei Abdullah II. Seu irmão era Ali bin Zaid, um oficial de inteligência morto junto com sete agentes da CIA em 2010 em um atentado suicida em Khost, Afeganistão.

    No vídeo, Hamzah disse também que não fazia “parte de nenhuma conspiração, organização ou grupo apoiado por estrangeiros, como sempre se afirma”.

    O príncipe também culpou os líderes do país de serem responsáveis “pelo colapso na governança, pela corrupção e pela incompetência que prevaleceu na estrutura de governo nos últimos 15 a 20 anos e que tem piorado a cada ano”.

    “Esta é a minha última forma de comunicação, internet via satélite, que eu tenho. Fui informado pela empresa que eles estão instruídos a cortá-la, então pode ser a última vez que me comunico”, afirmou.

    Inicialmente, Hamzah foi considerado o favorito para suceder seu pai. No entanto, antes de o rei Hussein morrer de câncer em 1999, ele nomeou Abdullah seu sucessor, já que Hamzah era visto como inexperiente e jovem demais para se tornar um monarca. Abdullah nomeou Hamzah príncipe herdeiro em 1999, antes de revogar o título em 2004.

    O ex-príncipe herdeiro é muito popular na Jordânia devido à sua semelhança com o pai.

    A mãe de Hamza, rainha Noor, publicou neste domingo (4) uma mensagem no Twitter pedindo orações “para que a verdade e a justiça prevaleçam para todas as vítimas inocentes dessa calúnia perversa.

    EUA e Arábia Saudita oferecem apoio ao rei Abdullah

    Segundo uma informação da Petra, no manhã do sábado (3), o presidente da Junta de Chefes de Estado-Maior da Jordânia, major-general Yousef Huneiti, negou relatos da mídia dizendo que o príncipe Hamzah foi preso.

    Huneiti disse que o príncipe Hamzah foi convidado a “cessar qualquer movimento e atividades que poderiam ser usados ??para visar a segurança e estabilidade da Jordânia” e que “uma investigação conjunta abrangente realizada pelos serviços de segurança levou à prisão de Sharif Hassan Bin Zaid, Bassan Awadallah e outros “, relatou à agência estatal de notícias.

    De acordo com o major-general, as investigações continuam e os resultados serão divulgados com total transparência e clareza. Ele ressaltou, ainda, que todas as medidas tomadas foram feitas dentro do marco da lei e após extensas investigações que foram necessárias.

    Para o presidente da Junta de Chefes de Estado-Maior da Jordânia, “ninguém está acima da lei e a segurança e estabilidade da Jordânia têm precedência sobre qualquer consideração”.

    Há uma lista crescente de países árabes que expressaram apoio ao rei Abdullah.

    De acordo com um comunicado publicado pela Agência de Imprensa Saudita, a Arábia Saudita informou que apoia a decisão do rei Abdullah de manter a segurança de seu país.

    “O Reino afirma seu suporte ao irmão Hachemita do Reino da Jordânia e o total apoio com todas as suas capacidades para todas as decisões e medidas tomadas pelo Rei Abdullah II bin Al Hussein e Sua Alteza o Príncipe Hussein bin Abdullah II, Príncipe Herdeiro, para manter a segurança e estabilidade”, diz o comunicado.

    Ao menos sete outros países, incluindo Emirados Árabes Unidos, Egito, Bahrein e Kuwait, divulgaram declarações de apoio ao rei Abdullah.

    O Conselho de Cooperação do Golfo, uma união política e econômica de estados árabes que fazem fronteira com o Golfo, também expressou seu apoio, assim como o primeiro-ministro libanês designado Saad al-Hariri e o presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas.

    O Departamento de Estado dos Estados Unidos disse no sábado que o rei Abdullah é um “parceiro-chave” do páis.

    “Estamos acompanhando de perto os relatórios e em contato com autoridades jordanianas. O rei Abdullah é um parceiro-chave dos Estados Unidos e tem todo o nosso apoio”, disse o porta-voz do Departamento de Estado, Ned Price, por e-mail à CNN.

    O rei Abdullah governa o país desde a morte de seu pai em 1999.