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    Ex-presidente russo alerta EUA: temos o poder de colocá-los em seu lugar

    Dmitry Medvedev defendeu em rede social as razões para a Rússia seguir com a operação na Ucrânia

    Felipe Romeroda CNN* , São Paulo

    “A Rússia tem o poder de colocar os inimigos liderados pelos Estados Unidos em seu lugar e Moscou frustrará o plano russofóbico do Ocidente de destruir a Rússia”, disse Dmitry Medvedev, um dos aliados mais próximos do presidente Vladimir Putin.

    Medvedev, que foi presidente da Rússia de 2008 a 2012 e agora é secretário adjunto do Conselho de Segurança do país, usou a rede social russa VK para afirmar que os Estados Unidos têm alimentado uma “repugnante russofobia” na tentativa de forçar a Rússia a se ajoelhar.

    “Desde que a Rússia invadiu a Ucrânia em 24 de fevereiro, os Estados Unidos e seus aliados europeus e asiáticos impuseram sanções aos líderes, empresas e empresários russos, isolando a Rússia de grande parte da economia mundial”, denunciou.

    Na postagem, Medvedev ainda classifica como “ficção” as penalidades aplicadas ao país: “estão sendo tomadas devido à incapacidade política do Ocidente interferir nos objetivos da Rússia.”

    Para o ex-presidente, a ameaça de sanções a cidadãos comuns russos com bens no exterior será respondida de forma simétrica.

    “É uma possibilidade reter fundos de estrangeiros e empresas estrangeiras até nacionalizar propriedades de pessoas registradas em jurisdições hostis, como os EUA, os estados da União Europeia e outros países que participarem disso – felizmente, temos rica experiência e uma lei sobre este tema.”

    Medvedev sinaliza ainda que a crise pode significar uma oportunidade para os russos: “pode ser uma excelente ocasião para rever todas as relações com os Estados que as impuseram, inclusive para interromper o diálogo sobre estabilidade estratégica e renunciar ao Tratado START-3.”

    Assinado pelo próprio Medvedev e por Barack Obama em 2010, e prorrogado em 2021, o acordo START-3 trata da redução do arsenal nuclear de Rússia e EUA, como uma forma de garantir a paz e a redução do poderio ofensivo dos dois países. A primeira versão do tratado foi assinada ao fim da União Soviética, em 1991 – desde então o vem sendo atualizado pelos dois países.

    O presidente russo, Vladimir Putin, afirma que a “operação militar especial na Ucrânia” é necessária porque os Estados Unidos estavam usando o país para ameaçar a Rússia, com a expansão da OTAN para o Leste Europeu, além de citar a defesa contra o “genocídio” do povo de língua russa pela Ucrânia.

    A Ucrânia diz que está lutando por sua existência e que as alegações de genocídio de Putin são um disparate.

    O Ocidente diz que a afirmação de que deseja destruir a Rússia é ficção. A Rússia afirma que, apesar das sanções impostas contra si, pode se sair bem sem o que afirma ser um Ocidente enganoso e decadente liderado pelos Estados Unidos. Diz ainda que sua tentativa de forjar laços com o Ocidente após a queda da União Soviética em 1991 está agora terminada e que desenvolverá relações com outras potências, como a China.

     

    *com informações de Guy Faulconbridge, da Reuters

     

     

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