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    Ex-militar é condenado por fingir que não andava e receber R$ 3 milhões nos EUA

    Veterano afirmou que tinha deficiência para conseguir benefícios sociais do governo americano

    Prédio do Departamento de Veteranos dos EUA, em Washington
    Prédio do Departamento de Veteranos dos EUA, em Washington REUTERS/Larry Downing

    Fabiana Chaparroda CNN

    Um veterano militar dos EUA foi condenado a 18 meses de prisão por fingir que não andava durante mais de 20 anos para conseguir benefícios sociais do governo.

    De acordo com o gabinete da procuradora do estado de New Hampshire, Christopher Stultz, de 49 anos, da cidade de Antrim, usou a suposta invalidez para receber mais de R$ 3 milhões de auxílio público destinado a veteranos com deficiências, o que ele não tinha direito.

    O ex-militar se declarou culpado durante o julgamento. Documentos mostram que, durante mais de duas décadas, Stultz alegou falsamente que não conseguia andar e precisava de uma cadeira de rodas para se movimentar.

    Além da sentença de prisão, Stultz foi condenado a devolver o todo o dinheiro que recebeu irregularmente em benefícios de invalidez.

    Como tudo começou

    Um ano depois de ingressar na Marinha dos EUA em 1995, Stultz sofreu uma lesão na medula espinhal após cair de um cavalo. Ele foi dispensado com honra em 1999, de acordo com documentos judiciais, e depois, classificado como parcialmente incapacitado pelo Departamento de Assuntos de Veteranos dos EUA.

    Em 2003, entretanto, Stultz alegou ao departamento que não conseguia mais usar os dois pés. Com isso, foi classificado como 100% deficiente e conseguiu aumentar os benefícios mensais.

    Ele também recebeu um total de quase US$ 190 mil — quase R$ 1 milhão — em financiamento para comprar carros adaptados destinados a ajudar veteranos com deficiência motora. Os promotores dizem que Stultz nunca usou os veículos e, em vez disso, os vendeu por dinheiro.

    “Este é um dos casos de fraude de benefícios mais flagrantes já processados neste estado”, disse no comunicado Jane Young, procuradora de New Hampshire. “Ele roubou não apenas dos contribuintes, mas também dos colegas veteranos que tinham direito aos benefícios.”

    Os promotores começaram a investigar o caso depois que receberam um relatório de “um cidadão preocupado”. Documentos judiciais narram como Stultz foi vigiado em diversas ocasiões e visto caminhando sem problemas.

    Em um exemplo dado no memorando da sentença, Stultz é visto usando uma cadeira de rodas enquanto estava dentro dentro do Departamento de Assuntos de Veteranos, em Boston, em outubro de 2021. Depois de deixar prédio, ele se levantou, colocou a cadeira de rodas no carro e dirigiu até um shopping center. Os promotores dizem que Stultz foi flagrado andando sem problemas por várias lojas.

    Os investigadores também entrevistaram pessoas próximas, incluindo antigos empregadores e conhecidos do ex-militar, que relataram que “no trabalho e em público o réu estava em boas condições físicas e andava normalmente”. Também afirmaram que nunca souberam que Stultz usava uma cadeira de rodas ou outros dispositivos ambulatoriais.

    Durante a investigação, Stultz passou por uma avaliação psicológica na qual foi diagnosticado com transtorno factício em 2023. De acordo com o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais, essa condição faz com que um paciente aja falsamente como se tivesse um problema físico ou doença psicológica.

    Sgundo documentos judiciais, Stultz tem recebido aconselhamento regular desde março de 2020, juntamente com fisioterapia para diversas doenças físicas.

    Os advogados do ex-militar pediram ao tribunal três anos de supervisão em vez de pena de prisão. Um psicólogo opinou que o réu “atende aos critérios para transtorno factício e que provavelmente desempenhou um papel no alegado comportamento fraudulento”, segundo o documento da defesa.

     

    Este conteúdo foi criado originalmente em inglês.

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