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    Ex-guarda de campo nazista é condenado à prisão por atrocidades do Holocausto

    Homem não identificado, de 101 anos, protegeu o rosto dos fotógrafos durante julgamento e declaração da sentença, de cinco anos de detenção

    Inke KappelerBen Brownda CNN

    Um ex-guarda de campo de concentração nazista de 101 anos foi condenado a cinco anos de prisão por um tribunal alemão por ajudar e ser cúmplice do assassinato de 3.518 pessoas durante o Holocausto.

    O homem havia sido acusado em 2021 de “consciente e intencionalmente” ajudar e favorecer a morte de prisioneiros no campo de concentração de Sachsenhausen em Oranienburg, ao norte de Berlim, de janeiro de 1942 a fevereiro de 1945, segundo a promotoria em Neuruppin, no estado de Brandemburgo, no nordeste da Alemanha.

    Ele foi condenado pelo Tribunal Regional de Neuruppin nesta terça-feira (28), disse a porta-voz do tribunal, Iris le Claire, à CNN.

    Le Claire disse que o julgamento foi um processo complexo. “Foi extraordinariamente difícil encontrar uma punição adequada porque os atos ocorreram há muito tempo e o autor já é muito idoso. Tudo isso teve um efeito atenuante na sentença”, disse ela.

    O grande número de pessoas que morreram sob a vigilância do guarda também foi levado em consideração, sugeriu Le Claire. De acordo com a lei alemã, as pessoas consideradas culpadas de assassinato são normalmente condenadas a entre três e 15 anos de prisão.

    Estima-se que cerca de 100 mil prisioneiros tenham morrido no campo de Sachsenhausen.

    “O veredicto é uma compensação tardia para os parentes e um sinal muito importante da Alemanha”, disse Christoph Heubner, do Comitê Internacional de Auschwitz, à CNN na terça-feira.

    Heubner, que acompanhou o julgamento, criticou o número de anos que os tribunais alemães levaram para apresentar queixa. “Agora a ferida dos parentes pode ser tratada”, disse ele.

    O condenado sempre negou ser ativo no campo de concentração, segundo Heubner.

    O Conselho Central dos Judeus na Alemanha reconheceu a decisão. “Mesmo que o réu provavelmente não cumpra a pena completa da prisão devido à sua idade avançada, o veredicto é bem-vindo”, disse Josef Schuster, presidente do conselho, à CNN.

    “As milhares de pessoas que trabalhavam nos campos de concentração mantinham a maquinaria do assassinato funcionando. Eles faziam parte do sistema, portanto, também deveriam assumir a responsabilidade por isso”, disse Schuster. “É amargo que o réu tenha negado suas atividades naquele momento até o fim e não tenha demonstrado remorso.”

    Sachsenhausen
    Antigo campo de concentração de Sachsenhausen, na Alemanha / Sachsenhausen Memorial and Museum

    O nome do homem não foi divulgado, de acordo com as leis de privacidade da Alemanha. As acusações incluíam envolvimento no fuzilamento de prisioneiros de guerra soviéticos em 1942, e ajuda e cumplicidade no assassinato de prisioneiros através do uso de gás venenoso, bem como outros tiroteios e a morte de prisioneiros, criando e mantendo condições hostis no campo de Sachsenhausen.

    Sachsenhausen foi construída por prisioneiros e inaugurada em 1936. Dos cerca de 200 mil prisioneiros que passaram por ela, acredita-se que cerca de 100 mil tenham morrido lá. Durante a Segunda Guerra Mundial, a população carcerária do campo oscilou entre cerca de 11 mil e 48 mil pessoas.

    Estima-se que 6 milhões de judeus foram mortos em campos de concentração nazistas durante a Segunda Guerra Mundial. Também foram mortos centenas de milhares de ciganos, opositores políticos, homossexuais e pessoas com deficiências físicas ou de aprendizagem.

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