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    Ex-comandante da Al Qaeda na Síria, Golani lidera nova ofensiva contra Assad

    Abu Mohammed al-Golani foi classificado como terrorista pelos Estados Unidos em 2013

    Da Reuters

    Como comandante do braço da Al Qaeda na guerra civil síria, Abu Mohammed al-Golani foi uma figura sombria e que não aparecia em público, mesmo quando seu grupo se transformou na mais poderosa facção que combatia o presidente da Síria, Bashar al-Assad.

    Hoje, ele é o insurgente mais conhecido do país, tendo começado a aparecer pouco a pouco desde que cortou os laços com a Al Qaeda, em 2016, rebatizando seu grupo e tomando o poder no noroeste da Síria, agora tomado pelos rebeldes.

    A transformação foi evidente desde que os rebeldes liderados pelo grupo Hayat Tahrir al-Sham (HTS), controlado por Golani e antigamente conhecido como Frente Nusra, capturaram Aleppo na semana passada.

    Golani apareceu de forma proeminente em público, mandando mensagens de conforto para as minorias sírias, que há tempos temem os jihadistas. Quando os rebeldes entraram em Aleppo, maior cidade da Síria antes da guerra, um vídeo mostrou o líder usando uniforme militar e dando ordens por telefone, lembrando seus combatentes das instruções para proteger as pessoas e proibindo-os de entrar em suas casas.

    Na quarta-feira (4), ele visitou a cidade de Aleppo, ao lado de um combatente que usava uma bandeira da revolução síria. A flâmula já foi rejeitada pela Frente Nusra, mas um vídeo mostrou que Golani passou a adotá-la, o que foi considerado um aceno à oposição tradicional da Síria.

    Desde o início da ofensiva, ele tem emitido comunicados usando o seu nome verdadeiro: Ahmed al-Sharaa.

    “Golani tem sido mais esperto do que Assad. Ele se reequipou, se restaurou, fez novos aliados e apareceu com essa ofensiva” para atrair as minorias, afirmou Joshua Landis, especialista em Síria e chefe do Centro de Estudos do Oriente Médio na Universidade do Oklahoma (EUA).

    Aron Lund, que trabalha no think-tank Century International, disse que Golani e o HTS claramente mudaram, embora permaneçam “bem linha-dura”. “São relações públicas, mas o fato de eles estarem fazendo isso mostra que não são tão rígidos quanto antes. A Al Qaeda ou o Estado Islâmico da velha guarda jamais fariam isso”, disse.

    Golani e a Frente Nusra surgiram como a mais poderosa de uma série de facções rebeldes no começo da insurgência contra Assad, há mais de uma década. Antes de fundar a frente, Golani lutou pela Al Qaeda no Iraque, onde passou cinco anos em uma prisão norte-americana.

    Ele voltou à Síria quando a revolta começou, enviado pelo então líder do Estado Islâmico no Iraque, Abu Omar al-Baghdadi, com o objetivo de elevar a presença da rede no país.

    Os EUA classificaram Golani como um terrorista em 2013, dizendo que a Al Qaeda no Iraque tinha pedido a ele que derrubasse o governo Assad e estabelecesse a lei islâmica sharia na Síria, e que a Nusra realizou ataques suicidas que mataram civis e defendiam uma visão violenta.

    A Turquia, maior apoiadora externa da oposição síria, classificou o HTS como um grupo terrorista, apoiando porém algumas outras facções que lutam no noroeste do país.

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