Retirada de soldados de Mariupol foi a única maneira de resgatá-los, diz governo
Militares ucranianos estavam escondidos na usina siderúrgica Azovstal; cidade é uma das mais atingidas pelo conflito
A operação de retirada dos defensores ucranianos da fábrica Azovstal, em Mariupol, foi a única maneira possível para resgatá-los, disse a vice-ministra da Defesa ucraniana, Hanna Malyar, durante um pronunciamento à imprensa nesta terça-feira (17).
“Infelizmente, o desbloqueio militar é impossível nesta situação. Não poderia haver outra maneira de resgatá-los a não ser o está acontecendo agora. Era a única saída”, pontuou Malyar, acrescentando que “os defensores de Mariupol” cumpriram plenamente sua missão de combate.
Devido ao conflito na cidade portuária, as forças russas não conseguiram transferir cerca de 20 mil tropas para outras regiões da Ucrânia, o que inviabilizou, também, a captura de Zaporizhzhia, ainda segundo a vice-ministra da Defesa.
Cidade castigada pela guerra
Mariupol é uma das cidades que mais foram atingidas pela guerra, sofrendo ataques da Rússia desde os primeiros dias da invasão.
Durante o período, o impasse entre os governos de Rússia e Ucrânia para a abertura de corredores humanitários intensificou a crise na região. Milhares de pessoas tentavam, sem sucesso, sair da cidade.
O avanço das tropas russas levou os soldados ucranianos a ficarem escondidos na usina siderúrgica Azovstal, que possui diversos túneis subterrâneos, protegendo os combatentes dos bombardeios.
Após civis serem retirados do local em uma operação organizada pela Organização das Nações Unidas (ONU) e a Cruz Vermelha, os últimos militares ucranianos em Mariupol continuavam presos na siderúrgica.
Até esta terça-feira (17), as autoridades ucranianas entendiam que as negociações eram “difíceis” para a saída dos feridos de Azovstal. Hoje, chegou ao fim “missão de combate” ucraniana na cidade.