Europeus reforçam a Lula visão pró-Ucrânia da guerra

O presidente da Itália, Sergio Mattarella, e a primeira-ministra do país, Giorgia Meloni, reforçaram ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) a defesa da posição da Ucrânia na guerra contra a Rússia.

Segundo autoridades brasileiras que participaram dos encontros relataram à CNN, as lideranças italianas reproduziram ao presidente brasileiro a posição europeia de que apreciam o esforço brasileiro pela paz, mas que há um agressor, nesse caso a Rússia, e que nenhum processo de paz deve beneficiá-lo.

Lula teria respondido que compreende que a Rússia agrediu, que a diplomacia brasileira já condenou a agressão e que houve um processo de aproximação da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) nas últimas décadas das fronteiras russas – movimento alertado pelos russos, que chamava a atenção para a evolução de um conflito.

O presidente Lula também tratou com ambos mandatários italianos sobre o acordo entre a União Europeia e o Mercosul. Ele teria ouvido de Meloni, por exemplo, que ela tem uma agenda pró-acordo e que iria se esforçar para convencer os demais países europeus a concluir o tratado.

O presidente brasileiro, porém, teria alertado que o instrumento adicional exigido pelos europeus com mais exigências para o tratado, em especial nas questões ambientais, é inaceitável.

Ele disse também, segundo fontes ouvidas pela CNN, que uma contraproposta estava sendo elaborada e que o Brasil defende que vai ser preciso alterar, por exemplo, o item de compras governamentais, pois o governo brasileiro entende que ele reforça o processo de industrialização brasileiro.

Na avaliação de autoridades brasileiras, Meloni, que é considerada de extrema-direita, tem feito sinalizações internas que a afastam desse espectro.