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    EUA vivem convulsão social com atos por George Floyd, avalia pesquisadora

    A professora ainda avaliou que, nos Estados Unidos, os atos ganharam profundidade para além da questão do racismo estrutural

    Em entrevista à CNN, nesta terça-feira (2), a doutora em relações internacionais Fernanda Magnotta, coordenadora do curso de Relações Internacionais da FAAP e especialista em EUA, analisou a onda de protestos registrados em mais de 140 cidades nos Estados Unidos. Os atos tiveram início após a morte de George Floyd – um homem negro, de 46 anos, morto asfixiado por um policial branco em Minneapolis, no estado de Minnesota.

    Fernanda avaliou que a sequência de manifestações, que entraram no sétimo dia consecutivo, trata-se de uma “verdadeira convulsão social nos Estados Unidos” e é marcada por elementos estruturais da própria sociedade americana impactada pela pandemia da Covid-19 – que já matou mais de 100 mil pessoas no país – e pelo ano de eleições presidenciais no país. 

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    “Se nós tivéssemos que definir alguns critérios para entender de onde veio isso, seria importante somar essas duas frentes e lembrar que estamos diante da exposição de elementos que, ao longo da história dos EUA, sempre existiram somados a particularidade dessa natureza mais conjuntural de agora”, considerou.

    “Coloca nesse caldeirão não só a pandemia, que já afeta humores de qualquer sociedade, mas também a disputa eleitoral e a polarização que se criou nos EUA”, acrescentou.

    A professora ainda avaliou que, nos Estados Unidos, os atos ganharam profundidade para além da questão do racismo estrutural.

    “De uma forma geral, é difícil dizer que estamos falando apenas da questão racial. Tudo começou com as denúncias e a exposição do vídeo de George Floyd – e que, de fato, representa um debate muito central. Mas agora isso já gerou um transbordamento para outras searas e já se trata de uma discussão sobre qualidade de vida e os próprios limites do estado de direito. É muito mais profundo do que a questão racial nos EUA.”

    Para a pesquisadora, a crise do coronavírus e o caso Floyd afetam os interesses políticos de Trump. “Os dados sinalizavam para uma reeleição, pois o sistema, como um todo, favorece a reeleição de presidentes. O que aconteceu depois do coronavírus e foi acentuado por estes movimentos, é uma exposição de fragilidades sem precedentes”, afirmou.

    Os atos iniciados nos EUA também ganharam adesão em outros países e chegaram ao Brasil, que teve protesto em Curitiba a partir dessa pauta.

    (Edição: Sinara Peixoto)

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