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    EUA veem sinais de que a Rússia estaria aconselhando o Irã a reprimir protestos

    Declaração foi feita pela secretária de imprensa da Casa Branca, Karine Jean-Pierre

    Maegan Vazquezda CNN

    Autoridades da Casa Branca disseram, nesta quarta-feira (26), que os Estados Unidos estão vendo sinais de que a Rússia pode estar aconselhando o Irã sobre como reprimir manifestações públicas.

    Isso acontece após os confrontos eclodirem em todo o país durante as manifestações que marcam 40 dias desde a morte de Mahsa Amini.

    “Estamos preocupados, visto que Moscou possa estar aconselhando Teerã sobre as melhores práticas, aproveitando a extensa experiência da Rússia em reprimir manifestações abertas”, declarou a secretária de imprensa da Casa Branca, Karine Jean-Pierre.

    “A evidência de que o Irã está ajudando a Rússia a travar sua guerra contra a Ucrânia é clara e pública. E o Irã e a Rússia estão se aproximando à medida que se tornam mais isolados. Nossa mensagem para o Irã é muito, muito clara – pare de matar seu povo e pare de enviar armas para a Rússia para ajudar a matar ucranianos”, continuou.

    Jean-Pierre e John Kirby, coordenador de comunicações do Conselho de Segurança Nacional, não forneceram provas para a acusação.

    Os protestos tomaram conta do Irã após a morte de Amini, a iraniana curda de 22 anos que morreu em 16 de setembro depois de ser detida pela “polícia moral” do país e levada para um “centro de reeducação”, supostamente por não respeitar o código de vestimenta conservador do país.

    Após 40 dias de sua morte, manifestações provocaram confrontos no país nesta quarta-feira.

    Kirby disse que não mostraria as fontes sobre a informação para apoiar a afirmação de Jean-Pierre sobre o aconselhamento russo ao Irã, mas ressaltou que “ela estava apresentando um fato, que sabemos que eles podem estar considerando algum tipo de apoio à capacidade do Irã para reprimir os manifestantes”.

    “Infelizmente, a Rússia tem experiência nisso. Então, vamos ver. Vamos ver até onde isso vai. Mas é apenas mais um exemplo da Rússia e do Irã agora trabalhando juntos para violar não apenas os direitos humanos – os direitos civis das pessoas no Irã, mas, claro, colocar em risco ainda mais a vida dos ucranianos”, acrescentou.

    Enquanto Kirby inicialmente disse que os EUA estão vendo “sinais de que eles podem estar considerando a capacidade de ajudar a treinar iranianos para reprimir os manifestantes”, ele posteriormente esclareceu que os EUA estão vendo sinais de que Moscou realmente “pode estar aconselhando” Teerã sobre o assunto.

    A alegação dos EUA sobre o possível envolvimento de Moscou com Teerã ocorre no mesmo dia em que os EUA impuseram uma série de sanções adicionais contra autoridades iranianas envolvidas na repressão em andamento aos protestos nacionais no Irã.

    Foram inclusas sanções do Departamento do Tesouro ao comandante da inteligência da Guarda Revolucionária Islâmica e o vice-comandante de operações do IRGC, bem como dois oficiais na província de Sistão e Baluchistão, que o departamento chamou de “local de algumas das piores violências na última rodada de protestos”.

    As medidas punitivas do governo Biden contra o Irã por sua repressão aos manifestantes ocorrem no momento em que os EUA e a Europa trabalham para combater a crescente cooperação do Irã e da Rússia na guerra na Ucrânia.

    Nas últimas semanas, as forças russas atacaram cidades ucranianas com drones iranianos. O vice-porta-voz principal do Departamento de Estado, Vedant Patel, afirmou na semana passada que o “aprofundamento” das relações entre Moscou e Teerã deve ser visto como “uma profunda ameaça”.

    Patel revelou que os Estados Unidos “continuarão a tomar medidas práticas e agressivas para tornar essas vendas de armas mais difíceis, incluindo sanções, ações de controle de exportação contra quaisquer entidades envolvidas”.

    “Temos ferramentas extensas disponíveis em nosso arsenal para interromper não apenas as transferências de armas iranianas, mas também para continuar responsabilizando a Rússia por seus atos absurdos na Ucrânia também”, explicou Patel.

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