EUA, União Europeia e Reino Unido sobem metas de redução de poluentes até 2030
Assim como o Brasil, países anunciam metas de 50%, 55% e 78% de redução de gases estufa; China e Rússia querem prazo até 2060
Os Estados Unidos, a União Europeia e o Reino Unido anunciaram novas metas de redução de dióxido de carbono na Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP26), que começou nesta segunda-feira (1º) em Glasgow, na Escócia, informou o colunista da CNN Brasil Lourival Sant’Anna.
Os anúncios ocorreram no mesmo dia em que o Brasil anunciou meta de redução de 50% de gases estufa até 2030 – a meta anterior era de 43%.
“Os Estados Unidos aumentaram de 26% para 50% [sua meta de redução de gases estufa até 2030]; a União Europeia de 28% para 55% e o Reino Unido de 68% para 78%. Enquanto o Brasil aumenta de 43% para 50%”, disse Sant’Anna.
Segundo o colunista, apesar dos anúncios, não é consenso entre outras grandes economias reduzir drasticamente suas emissões de gases poluentes. China, Índia, Arábia Saudita e Rússia tentam deixar para 2060 o ano-chave para a diminuição das emissões.
“Há uma resistência da China, Índia, Arábia Saudita, da Rússia que são grandes emissores e cujas economias estão ancoradas nas energias fosseis, como carvão, petróleo e gás. No comunicado final, eles tentam chegar a emissões liquidas zero somente em meados do século, porque a China tem objetivo em ser em 2060”, afirmou.
Vilões do clima
Apesar de os EUA terem anunciado intenção em aumentar a meta, o país ainda pode ser considerado um dos vilões do clima, além de própria China, Rússia e Arábia Saudita, na visão de Santana. O Brasil também recebeu a pecha, sobretudo pelo aumento do desmatamento no país. Tanto que o presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, não participará da COP26.
“A COP26 tem vários vilões. O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, citou a China, Rússia e Arábia Saudita. Poderia ter citado a Índia, um grande usuário de carvão. Mas como a Índia é um aliado estratégico do Joe Biden, eles estão com um grande programa de extração de etanol, da cana-de-açúcar, que nós [Brasil] poderíamos estar nessa situação, mas não aproveitamos essa oportunidade em abril”.
O anúncio brasileiro é uma tentativa de mudar a imagem de poluidor, mas o país terá que provar que é capaz de atingir a nova meta, segundo o colunista.
“O embaixador Peter Wilson, do Reino Unido, nos disse: queremos ver o plano ano a ano sobre o fim do desmatamento ilegal até 2030; esse é o nosso maior calcanhar de Aquiles”, disse.
“Teremos que fazer esse esforço grande na Amazônia e criar alternativas para gerar renda para mais de 20 milhões de brasileiros que moram na Amazônia. [Para termos acesso aos] 100 bilhões de dólares [dos países ricos] para esses projetos, também temos que ter projetos de desenvolvimento sustentável no Brasil”, completou o colunista.