Prime Time

seg - sex

Apresentação

Ao vivo

A seguir

    EUA propõe venda de armas a Taiwan no valor de US$ 750 milhões

    Proposta pode irritar Pequim e aumentar as tensões na região; segundo membros do governo chinês, a intenção de venda viola a soberania da China

    Jennifer Hansler, CNN

    O governo Biden informou ao Congresso sobre uma proposta de venda de armas no valor de US$ 750 milhões a Taiwan, em um movimento que provavelmente aumentará ainda mais as tensões com Pequim.

    O governo notificou a pretensão de venda nesta quarta-feira (4), segundo um porta-voz do Departamento de Estado, duas fontes do Congresso e uma notificação da Agência de Cooperação para a Segurança da Defesa. A venda inclui 40 sistemas de obuses autopropulsados médios M109A6, que são peças que permitem disparos de longo alcande, e outros equipamentos relacionados.

    “Se concluída, a venda proposta contribuirá para a modernização da frota de obuses de Taiwan, fortalecendo suas capacidades de autodefesa para enfrentar as ameaças atuais e futuras”, disse o porta-voz do Departamento de Estado dos EUA.

    Uma das fontes do Congresso disse à CNN que o presidente de Relações Exteriores do Senado, Robert Menendez, já havia liberado a venda como parte do processo de revisão informal – uma prática comum em que os Comitês de Relações Exteriores da Câmara e do Senado se informam sobre as vendas planejadas, permitindo que a liderança do comitê levante questões, dê sua opinião ou coloque reservas.

    Esta fonte disse que Menendez vê isso “como mais uma declaração da séria intenção do governo Biden de obter estratégia no Indo-Pacífico, e seu compromisso de estar com nosso aliado Taiwan.”

    Os Estados Unidos há muito tempo fornecem armas à ilha de acordo com os termos da Lei de Relações com Taiwan, que já existe há décadas, e há apoio bipartidário para o fornecimento de armas a Taiwan. 

    Em outubro passado, a administração Trump notificou o Congresso de uma proposta de US$ 1,8 bilhão em vendas de sistemas de armas avançadas para Taiwan, e a administração já havia aprovado várias vendas importantes de armas à ilha avaliadas em mais de US$ 13 bilhões, incluindo dezenas de caças F-16, M1A2T Tanques Abrams, mísseis antiaéreos Stinger portáteis e torpedos MK-48 Mod6.

    O presidente da China, Xi Jinping
    O presidente da China, Xi Jinping
    Foto: Reprodução/CNN Brasil (22.abr.2021)

    Críticas de Pequim

    Pequim criticou e classificou a intenção de venda como uma violação da soberania da China. O governo comunista do país considera Taiwan como parte de seu território, embora os dois sejam governados separadamente desde o fim de uma sangrenta guerra civil em 1949.

    Em um comunicado nesta quinta-feira (5), o Ministério das Relações Exteriores da China disse que se “opõe firmemente” às vendas propostas pelo governo Biden e que apresentou “representações solenes” aos EUA.

    “[A proposta de venda de armas] envia sinais errados às forças separatistas da ‘independência de Taiwan’ e prejudica seriamente as relações sino-americanas e a paz e estabilidade em todo o Estreito de Taiwan”, disse o comunicado. 

    “A China tomará resolutamente as contramedidas adequadas e necessárias de acordo com o desenvolvimento da situação.”

    Novas diretrizes

    Em abril, o presidente Joe Biden despachou uma delegação não oficial a Taiwan em uma demonstração de apoio à ilha, de acordo com um alto funcionário do governo e um porta-voz do Departamento de Estado.

    O Departamento de Estado também anunciou em abril que a agência havia “emitido novas diretrizes para a interação do governo dos Estados Unidos com seus homólogos de Taiwan para encorajar o envolvimento do governo dos Estados Unidos com Taiwan, o que reflete nosso aprofundamento de relacionamento não oficial”.

    Na época, o porta-voz do Departamento de Estado Ned Price disse: “A orientação ressalta que Taiwan é uma democracia vibrante e um importante parceiro econômico e de segurança que também é uma força do bem na comunidade internacional”.

    “Essas novas diretrizes liberalizam a orientação sobre contatos com Taiwan, consistente com nossas relações não-oficiais, e fornecem clareza em todo o Poder Executivo sobre a implementação efetiva de nossa política de ‘uma China’, que é orientada pela Lei de Relações de Taiwan, os três Comunicados Conjuntos e as Seis Garantias “, disse Price.

    Pouco antes de deixar o cargo em janeiro, o ex-secretário de Estado Mike Pompeo anunciou que os Estados Unidos estavam suspendendo as restrições de décadas às interações entre autoridades americanas e taiwanesas.

    A CNN em Pequim contribuiu com esta reportagem.

    (Este texto é uma tradução. Para ler o original, em inglês, clique aqui)

    Tópicos