EUA não se juntariam a Israel em ataque em larga escala contra Irã, diz professor à CNN
Professor de geopolítica afirma que os Estados Unidos não se uniriam a Israel em uma retaliação de grande escala contra o Irã devido às complexidades da situação
O comandante da reserva e professor de geopolítica na Escola de Guerra Naval, Leonardo Mattos, ofereceu uma análise sobre a tensão entre Israel e Irã durante sua participação no programa WW da CNN.
Mattos argumentou que os Estados Unidos provavelmente não apoiariam Israel em um ataque de larga escala contra o Irã.
Segundo o especialista, a complexidade geográfica e estrutural do Irã torna um ataque abrangente extremamente desafiador.
“O Irã não é um país qualquer, é um país com uma estrutura, inclusive a própria geografia do Irã montanhosa”, explicou Mattos.
Desafios de um ataque em larga escala
Mattos destacou a dificuldade de realizar um ataque abrangente contra o Irã, citando a vastidão do país e a diversidade de alvos potenciais: “São várias instalações do programa nuclear, são várias bases militares iranianas”.
Ele acrescentou que, sem o apoio dos Estados Unidos, Israel não teria capacidade militar para realizar tal operação.
O professor também alertou sobre as possíveis consequências de um ataque de grande escala: “Se nós não conseguimos identificar uma liderança dentro do Irã que possa vir a substituir o atual regime do Ali Khamenei, eu acho praticamente uma loucura os Estados Unidos entrarem junto com Israel para um ataque de larga escala contra o Irã”.
Situação política interna de Israel
Mattos abordou ainda a delicada situação política interna de Israel, mencionando os protestos contra o governo de Netanyahu e a fragilidade de sua posição após os eventos de 7 de outubro.
“Se for feito como aconteceu em 73 com Golda Meir, o ataque de outubro de 73, o Netanyahu cai no dia seguinte”, afirmou.
Apesar de descartar um ataque em larga escala, o especialista acredita que Israel certamente retaliará de alguma forma.
No entanto, ele enfatizou que a natureza imprevisível dos conflitos torna difícil prever exatamente como a situação se desenrolará.