EUA não apoiam transferência de caças para a Ucrânia, diz Pentágono
Governo americano considerou que envio de jatos, disponibilizados pela Polônia, poderia causar "irritação à Rússia" e provocar escalada do conflito
O porta-voz do Pentágono, John Kirby, afirmou nesta quarta-feira (9) que os Estados Unidos não apoiam a transferência de aeronaves de combate para a Ucrânia. A declaração acontece após a Polônia ter colocado à disposição da Força Aérea americana todos os seus caças MIG-19 para abastecimento das tropas ucranianas.
A ideia apresentada pela Polônia era muito arriscada, disse Kirby, já que os EUA e a Otan procuram evitar um conflito direto entre a aliança e a Rússia.
Na última terça-feira (8), o governo polonês afirmou que estava pronto para implantar — imediata e gratuitamente — todos os seus caças MIG-29 na Base Aérea de Ramstein da Força Aérea dos EUA na Alemanha e colocá-los à disposição de Washington para fornecê-los à Ucrânia.
“Nesse momento nós acreditamos que mais caças representariam um aumento de capacidade muito pequeno e um risco muito grande”, considerou Kirby. O porta-voz do Pentágono ainda agradeceu o esforço da Polônia e reforçou que o envios dos caças para a Ucrânia seria uma “possibilidade de irritação à Rússia”.
O secretário de Defesa Lloyd Austin disse ao ministro da Defesa polonês que os EUA não apoiam a transferência dos caças para a força aérea ucraniana “neste momento”, seja pela Polônia transferindo-os para a Ucrânia com os EUA preenchendo a frota da Polônia ou pela Polônia transferindo os MIG-29 para os EUA para depois entregá-los à Polônia.
“Ele enfatizou que não apoiamos a transferência de caças adicionais para a força aérea ucraniana neste momento e, portanto, também não desejamos vê-los sob nossa custódia”, disse o porta-voz do Pentágono.
Austin e o ministro da Defesa polonês falaram por telefone na manhã desta quarta, depois que o Pentágono divulgou uma declaração pública na noite passada dizendo que não acreditava que a proposta polonesa de transferir os MIG-29 para uma base militar dos EUA na Alemanha fosse uma opção “sustentável”.