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    EUA iniciam retirada de tropas militares do Afeganistão

    A retirada total deve acontecer até dia 11 de setembro

    Barbara Starr, da CNN

    Oficiais de defesa dos Estados Unidos afirmam que a retirada de tropas americanas do Afeganistão está oficialmente em andamento. Menos de 100 soldados, com alguns equipamentos militares, foram enviados para executar a ordem do presidente Joe Biden de iniciar o processo de retirada até 1º de maio.

    Além disso, funcionários do governo dos EUA também estão deixando o país, disseram as autoridades. O Pentágono afirmou estar preocupado com as tropas sendo atacadas pelo Taleban à medida que eles partem, então não está claro se todos os detalhes do processo de saída serão divulgadas. A retirada total deve acontecer até dia 11 de setembro.

    Cerca de 2.500 soldados americanos no Afeganistão foram abertamente reconhecidos, além de centenas de forças de operações especiais adicionais que não foram reconhecidas. Todos eles partirão sob as ordens do presidente.

    A CNN noticiou na semana passada que equipamentos militares foram transportados para fora do país nos últimos dias. Um cálculo importante será quando retirar o chamado “material circulante”, incluindo veículos blindados que permitem a locomoção das tropas.

    O Pentágono reuniu uma força de proteção para enviar ao Talibã uma mensagem de que está pronto para responder caso haja ataques às forças dos EUA em sua saída. Cerca de 650 forças terrestres vão ao Afeganistão nos próximos dias como uma força de cobertura para proteger a retirada, especialmente de áreas remotas.

    Os EUA também estão enviando sistemas adicionais de artilharia e foguetes do Exército para proteção da força. O porta-aviões USS Dwight D. Eisenhower permanecerá no Mar Arábico para realizar ataques aéreos contra o Talibã, se necessário. A Força Aérea também posicionou vários bombardeiros B-52 na região do Golfo.

    No domingo (25), o general Austin Scott Miller, comandante das Forças dos EUA no Afeganistão e da Missão de Apoio Resoluto da OTAN, disse que algumas tropas estavam sendo deslocadas dentro do país.

    “Todas as nossas forças estão agora se preparando para retroceder. Oficialmente, a data da notificação será primeiro de maio, mas ao mesmo tempo em que começamos a tomar medidas locais, já começamos isso”, disse Miller a repórteres quando questionado em entrevista coletiva em Cabul se a retirada americana das bases já tinha começado.

    Biden anunciou sua decisão de encerrar a guerra mais longa da América no início deste mês, argumentando que o conflito de décadas não está mais alinhado com as prioridades americanas. O prazo que o presidente estabeleceu para a retirada das tropas é absoluto, sem potencial de prorrogação devido ao agravamento das condições no terreno.

    Autoridades disseram à CNN que, após o início da retirada, haverá um esforço para retirar as forças convencionais e equipamentos o mais rápido possível, para evitar que eles sejam entregues às forças afegãs ou destruídos no local.

    Na semana passada, o general dos EUA responsável pelas tropas americanas no Oriente Médio deixou claro que os EUA pretendem manter a influência militar e a capacidade de realizar ataques aéreos no Afeganistão depois que as tropas americanas e da OTAN forem retiradas.

    O general Frank McKenzie do Comando Central dos EUA, que inclui o Oriente Médio e o Afeganistão, disse ao Comitê de Serviços Armados do Senado que os militares estão procurando maneiras de continuar as operações no país após a retirada.

    Ele disse que os Estados Unidos desejam realizar missões de contraterrorismo, pelo menos do ar, por meio do uso de aeronaves tripuladas e não tripuladas, além de realizar missões de vigilância e reconhecimento.

    “Teremos uma arquitetura no teatro que nos permitirá olhar para o Afeganistão”, disse McKenzie. “Não vai nos dar o mesmo quadro que temos agora. Vai nos permitir enxergar dentro. Os alcances serão maiores, os recursos serão maiores, os riscos serão todos maiores, mas será possível repeti-los. Certamente não é impossível, mas não teremos a visão que temos agora”.

    (Texto traduzido, clique aqui e leia o original em inglês).

    Soldados dos EUA patrulham ruas de Musa Qala, no Afeganistão, em 2010
    Foto: Paula Bronstein – 20.nov.2010/Getty Images

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