EUA impõem sanções a homem acusado de lavar dinheiro para o PCC
Tribunal de Justiça de São Paulo diz que Diego Macedo Gonçalves do Carmo lavou R$ 1,2 bilhão de reais para a organização criminosa
O Departamento de Tesouro dos Estados Unidos anunciou nesta quinta-feira (14) a imposição de sanções a um homem apontado como responsável por lavar dinheiro do Primeiro Comando da Capital (PCC), que atuaria dentro e fora do Brasil, segundo comunicado do órgão do governo dos EUA.
De acordo com o Tesouro americano, Diego Macedo Gonçalves do Carmo é um “operador-chave” responsável pela lavagem de “centenas de milhões de dólares” para o PCC, classificado pelas autoridades dos EUA como “a mais notória organização criminosa do Brasil e uma das maiores da América Latina”.
“Com uma extensa rede ao redor da América Latina, assim como uma presença global em expansão, o PCC representa uma das mais significativas organizações de tráfico de narcóticos na região”, pontuou o subsecretário do Tesouro dos EUA para Terrorismo e Inteligência Financeira, Brian E, Nelson, de acordo com a nota.
“Os Estados Unidos permanecerão ao lado do Brasil e de outros parceiros na região em nossos esforços para conter a capacidade do PCC de operar, incluindo sua habilidade de lavar recursos ilícitos no sistema financeiro global”, acrescentou.
Ainda segundo o comunicado, a medida anunciada nesta quinta não teria ocorrido sem o apoio das autoridades brasileiras.
Gonçalves foi condenado em novembro de 2022 a 7 anos e 11 meses de prisão por tráfico de drogas. De acordo com o Tribunal de Justiça de São Paulo, ele lavou R$ 1,2 bilhão de reais para o PCC.
Mesmo preso, Gonçalves ainda permaneceria ativo no PCC e dando ordens da cadeia, destacou o comunicado do Tesouro dos EUA, que afirma ainda que ele foi apontado como um dos envolvidos no assalto a uma agência do Banco do Brasil em Uberaba (MG) em 2019.
Pelas sanções impostas, todas as propriedades e interesses em propriedades de Gonçalves que estejam nos EUA ou no controle de cidadãos norte-americanos devem ser bloqueados e relatados ao Escritório de Controle de Ativos Estrangeiros do Departamento do Tesouro dos EUA (OFAC, na sigla em inglês).
As sanções também impedem quaisquer transações de cidadãos norte-americanos ou de pessoas residentes ou que estejam em trânsito pelos Estados Unidos envolvendo as propriedades ou interesses ligados a Gonçalves sob pena de punições cíveis e criminais.