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    EUA enviam chefe da CIA para Moscou para encontros com russos

    Bill Burns, diretor da agência de inteligência, teve reunião com chefe do Conselho de Segurança Nacional da Rússia; um dos objetivos é discutir segurança cibernética

    Katie Bo LillisZahra Ullahda CNN

    Bill Burns, diretor da CIA, a agência de inteligência americana, está liderando uma delegação de altos funcionários dos Estados Unidos em Moscou para uma série de encontros de dois dias com autoridades russas, disse um porta-voz da embaixada dos EUA na terça-feira (2).

    “Eles estão se reunindo com membros do governo russo para discutir uma série de questões na relação bilateral”, disse o porta-voz, sem dar mais detalhes.

    Uma dessas reuniões foi entre Burns e o chefe do conselho de segurança nacional da Rússia, Nikolai Patrushev. Uma declaração concisa do poderoso conselho disse que os dois lados discutiram “relações russo-americanas”. A reunião não foi anunciada previamente e a CIA, que não discute a agenda do diretor, se recusou a comentar.

    Os raros – mas não inéditos – encontros entre o chefe da CIA e altos funcionários de segurança russos acontecem em meio a tensões persistentes entre Washington e Moscou.

    O governo Biden impôs sanções à Rússia relacionadas à interferência eleitoral, ao envenenamento do crítico dissidente Alexei Navalny e aos ataques cibernéticos aos interesses dos Estados Unidos. As autoridades têm observado com cautela os movimentos recentes de tropas russas na fronteira com a Ucrânia. A Rússia também permanece sob sanções por sua anexação da Crimeia em 2014.

    Ainda assim, os Estados Unidos enxergam oportunidades de cooperação com a Rússia, em particular no controle de armas, e a comunidade de inteligência sob administrações anteriores buscou pontos de interesse mútuo com Moscou.

    “Nós nos encontramos periodicamente com nossos colegas da inteligência russa pela mesma razão que nossos antecessores – para manter os americanos seguros”, escreveu o primeiro diretor da CIA do ex-presidente Trump, Mike Pompeo, em uma carta defendendo uma reunião com altos funcionários da inteligência russa em Washington em 2018. Essa reunião chamou a atenção principalmente porque ocorreu em solo americano, com autoridades que estavam sob sanção dos Estados Unidos.

    Burns, um diplomata veterano, tem uma vasta experiência na Rússia. Ele serviu como embaixador dos EUA lá de 2005 a 2008.

    O governo Biden tem mantido um “diálogo aberto, direto e franco” com a Rússia sobre a questão dos ataques cibernéticos, disse Anne Neuberger, assessora de segurança nacional para tecnologias emergentes e cibernéticas, em um evento em Washington na semana passada.

    Biden pressionou Putin para reprimir uma onda de ataques de ransomware prejudiciais a organizações dos EUA – incluindo de infraestrutura crítica – vindos da Rússia e anunciou o início das negociações de cibersegurança EUA-Rússia no final de uma reunião de cúpula com Putin na Suíça em junho.

    O governo dos EUA “compartilhou informações com a Rússia sobre a atividade criminosa de ransomware conduzida em seu território”, disse um alto funcionário do governo a repórteres no mês passado, falando sob condição de anonimato.

    Não está claro se as negociações produziram resultados substantivos, no entanto. Nobelium, o grupo de hackers russo responsável pelo hack do SolarWinds, comprometeu até 14 empresas de tecnologia desde maio, como parte de outra aparente campanha de espionagem, disse a Microsoft na semana passada.

    (Este texto foi traduzido do inglês; leia aqui o original)