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    EUA condenam Kosovo após conflitos da polícia com população sérvia

    Secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, criticou o primeiro-ministro Albin Kurti pela ocupação de quatro prefeituras no norte do país e pediu para que ele recue; Sérvia colocou tropas na fronteira  

    Confrontos entre a polícia do Kosovo e manifestantes étnicos sérvios na cidade de Zvecan, Kosovo
    Confrontos entre a polícia do Kosovo e manifestantes étnicos sérvios na cidade de Zvecan, Kosovo 26/05/2023REUTERS/Miodrag Draskic

    Da CNN

    O secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, condenou nesta sexta-feira (26) o governo do Kosovo por acessar edifícios municipais no norte do país à força e pediu ao primeiro-ministro Albin Kurti que reverta o curso.

    A polícia do Kosovo disparou gás lacrimogêneo e entrou em confronto com manifestantes em frente a um prédio municipal na cidade de Zvecan, de maioria sérvia, no início desta sexta-feira, em meio a protestos após eleições locais amplamente boicotadas.

    Em um comunicado, Blinken disse que as ações do país contrariaram conselhos dos Estados Unidos e da Europa e “aumentaram as tensões de forma acentuada e desnecessária, minando nossos esforços para ajudar a normalizar as relações entre Kosovo e a Sérvia e terão consequências para nossas relações bilaterais com Kosovo”.

    Ele pediu a todos os lados que “se abstenham de quaisquer outras ações que possam inflamar as tensões e promover o conflito”.

    O presidente sérvio Aleksandar Vucic colocou o exército do país em alerta total de combate e ordenou que as unidades militares se aproximassem da fronteira com Kosovo após os confrontos. Mais tarde, o ministro da Defesa Milos Vucevic afirmou que uma “linha vermelha” estava sendo ultrapassada, sugerindo que o risco de um novo conflito entre os dois países é real. “Alguém precisa entender que o que (o primeiro-ministro do Kosovo) Albin Kurti está fazendo está nos levando a linhas vermelhas e a um colapso total do diálogo e uma escalada no terreno”, disse.

    Ele também comentou que Belgrado não permitiria expulsões da população sérvia na região. “Se alguém começar a matar sérvios, invadir suas casas, expulsá-los ou ameaçar seus filhos ou suas propriedades, essa será a linha vermelha”, disse.

    Entenda o caso

    As tensões entre a maioria sérvia e a população kosovar, de origem albanesa, aumentaram após o anúncio de eleições para governos autônomos locais em quatro municípios do norte do Kosovo – Zvecan, Zubin Potok, Leposavic e Mitrovica. Os sérvios se colocaram contra o pleito, alegando que ela estava diretamente vinculada ao governo kosovar, que não é reconhecida por Belgrado.

    Apesar de a nova data ter sido estipulada, o Serb List, principal partido da maioria sérvia, seguiu boicotando as eleições. Mesmo assim, as eleições foram confirmadas. “É impossível tolerar mais adiamentos das eleições. Não podemos tolerar um vazio nas instituições,” afirmou o primeiro-ministro do Kosovo, Albin Kurti, na ocasião.

    No dia 23, as eleições foram de fato realizadas, com uma participação pífia: apenas 3,47% dos eleitores (1.566 albaneses e 13 sérvios) compareceram às urnas. Os sérvios da região alegaram o baixo comparecimento como argumento para não aceitar o resultado das urnas.

    No último dia 19, ocorreu a posse do primeiro dos quatro prefeitos, na cidade dividida de Mitrovica. Erden Atiq assumiu o cargo quase um mês após o pleito e causou ira no governo sérvio. No mesmo dia o representante dos sérvios para a região de Kosovo e Metohija, Petar Petkovic, acusou o primeiro-ministro kosovar, Albin Kurti, de estimular uma “ocupação” e que uma eventual posse das prefeituras pelos albaneses desencadearia um novo conflito com Belgrado.

    (Publicado por Fábio Mendes, com informações da Reuters)