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    EUA alertaram Rússia que Estado Islâmico estava determinado a atacar, diz porta-voz do conselho

    Presidente Cladimir Putin rejeitou o conselho caracterizando-o como provocativo

    Fogo na casa de shows Crocus City Hall, perto de Moscou
    Fogo na casa de shows Crocus City Hall, perto de Moscou 22/03/2024 - REUTERS/Maxim Shemetov

    Mary Kay MalloneeKatherine GriseChris Lauda CNN

    Os EUA alertaram a Moscou que os militantes do Estado Islâmico (ISIS) estavam determinados a atacar a Rússia dias antes de os assaltantes invadirem a Crocus City Hall em um ataque que matou várias pessoas, mas o presidente Vladimir Putin rejeitou o conselho como “provocativo”.

    Homens armados invadiram a sala de concertos perto de Moscou na sexta-feira (22), abrindo fogo e lançando um dispositivo incendiário no pior ataque terrorista à capital russa em décadas.

    O ISIS reivindicou a responsabilidade pelo ataque.

    Especialistas disseram que a dimensão da carnificina — parte da qual foi captada em imagens de vídeo obtidas pela CNN, mostrando multidões de pessoas encolhidas atrás de assentos almofadados enquanto os tiros ecoavam no vasto salão — seria profundamente embaraçosa para o líder russo, que havia defendido uma mensagem de segurança nacional apenas uma semana antes, quando venceu a eleição encenada do país.

    Não só os serviços de inteligência russos não conseguiram impedir o ataque, disseram eles, mas Putin também não deu atenção aos Estados Unidos de que os extremistas estavam planejando atacar Moscou.

    No início deste mês, a embaixada dos EUA na Rússia disse estar “monitorando relatos de que extremistas têm planos iminentes de atacar grandes reuniões em Moscou”, incluindo concertos, e alertou os cidadãos americanos para evitarem esses locais.

    A porta-voz do Conselho de Segurança Nacional dos EUA, Adrienne Watson, disse que o governo dos EUA “compartilhou essas informações com as autoridades russas de acordo com sua política de longa data de ‘dever de alertar'”.

    Mas, em um discurso na terça-feira (19), Putin criticou os avisos americanos como “provocativos”, dizendo que “essas ações se assemelham a uma chantagem direta e à intenção de intimidar e desestabilizar nossa sociedade”.

    Essa postura ocorreu apesar de as autoridades russas terem relatado vários incidentes relacionados ao ISIS no mês passado.

    A estatal RIA Novosti informou, em 3 de março, que seis membros do ISIS foram mortos em uma operação antiterrorista na região de Ingush Karabulak.

    Já em 7 de março, disse que os serviços de segurança haviam descoberto e “neutralizado” uma célula da organização proibida Vilayat Khorasan na região de Kaluga, cujos membros estavam planejando um ataque a uma sinagoga em Moscou. Enquanto em 20 de março, disse que o comandante de um grupo de combate do ISIS havia sido detido.

    Duas fontes familiarizadas com as informações americanas disseram que, desde novembro, há um fluxo constante de informações de que o ISIS-K — uma afiliada do ISIS que atua no Afeganistão e na região circundante — estava determinado a atacar a Rússia.

    Moscou interveio de forma significativa na guerra civil da Síria, em apoio ao presidente Bashar al-Assad e contra o ISIS.

    O ISIS-K “vê a Rússia como cúmplice de atividades que oprimem regularmente os muçulmanos”, disse Michael Kugelman, do Wilson Center, com sede em Washington, citado pela Reuters.

    Ele acrescentou que o grupo também conta como membros uma série de militantes da Ásia Central, que têm suas próprias queixas contra Moscou.

    Uma autoridade dos EUA disse na sexta-feira que Washington não tinha motivos para duvidar da alegação do ISIS de que era responsável pelo último ataque.

    Na sexta-feira, após relatos do ataque à prefeitura de Crocus, a embaixada dos EUA aconselhou os cidadãos americanos a não viajarem para a Rússia.

    Este conteúdo foi criado originalmente em inglês.

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