EUA alertam sobre laços entre Coreia do Norte e Rússia antes de visita de Putin
Autoridade da Coreia do Sul demonstrou preocupação com instabilidade regional
Uma possível visita iminente do presidente russo Vladimir Putin à Coreia do Norte poderia aprofundar os laços militares entre os dois países, violando as resoluções do Conselho de Segurança da ONU, alertaram autoridades da Coreia do Sul e dos Estados Unidos nesta sexta-feira (14).
O vice-ministro das Relações Exteriores da Coreia do Sul, Kim Hong-kyun, fez uma ligação telefônica de emergência com o vice-secretário de Estado dos EUA, Kurt Campbell, de acordo com o Ministério das Relações Exteriores de Seul.
Ecoando as preocupações de Kim, Campbell prometeu uma cooperação contínua para enfrentar possível instabilidade regional e os desafios causados pela viagem.
“Enquanto monitoram de perto os desenvolvimentos relacionados, os dois lados concordaram em responder resolutamente, por meio de uma cooperação hermética, às provocações da Coreia do Norte contra a Coreia do Sul e às ações que aumentam as tensões na região”, disse o ministério em um comunicado.
Na quarta-feira (12), uma autoridade de alto escalão do gabinete presidencial de Seul disse que Putin deveria visitar a Coreia do Norte “nos próximos dias”. O jornal Vedomosti, da Rússia, informou na segunda-feira (10) que Putin visitaria a Coreia do Norte e o Vietnã nas próximas semanas.
Na quinta-feira (13), o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, se recusou a fornecer uma data ou agenda para uma possível visita, mas disse que o direito da Rússia de desenvolver laços mais estreitos com a Coreia do Norte não deve ser colocado em dúvida ou ser fonte de medo para ninguém.
O vice-ministro das Relações Exteriores da Coreia do Norte, Kim Son Gyong, emitiu uma declaração pela mídia estatal acusando Washington de encenar uma “séria provocação política com o objetivo de manchar” a imagem da Coreia do Norte ao realizar uma reunião do Conselho de Segurança da ONU sobre a situação dos direitos humanos nesta semana.
A Rússia utilizou mísseis e projéteis de artilharia de fabricação norte-coreana para atacar alvos na Ucrânia, segundo autoridades de Washington, Seul e Kiev, bem como monitores de sanções das Nações Unidas e especialistas independentes.
A Coreia do Norte e a Rússia negaram acordos de armas, mas prometeram aprofundar a cooperação em todas as áreas, inclusive nas relações militares.