Prime Time

seg - sex

Apresentação

Ao vivo

A seguir

    “Eu renasci”, diz sobrevivente de ataque terrorista do Hamas a rave em Israel

    Junto de seu irmão, Rada Rashed trabalhava no festival Nova e teve que lutar por sua vida em 7 de outubro

    Mustafa Abu GaneyehLeonardo Benassattoda Reuters

    Contratados para trabalhar em uma rave em Israel, Rada e Raif Rashed fugiram para salvar suas vidas logo após o amanhecer, quando os extremistas do Hamas invadiram a festa e investiram contra a multidão no dia 7 de outubro, transformando a celebração em um lugar de horror.

    Os irmãos viram participantes do festival caindo ao seu redor — 260 pessoas foram mortas no ataque surpresa além da fronteira que desencadeou as piores hostilidades em décadas no conflito entre israelenses e palestinos.

    “O que vivi no dia 7 de outubro são coisas inacreditáveis. O que vi nunca imaginei ver”, disse Rada, de 33 anos, já de volta com a família ao norte de Israel, a quase 200 quilômetros do local do festival, perto do Kibutz Re’im.

    “Nesse dia eu renasci. Agora tenho duas datas de nascimento: a original, em 15 de março, e a nova em 7 de outubro”, continuou.

    Rada e seu irmão Raif, de 39 anos, trabalhavam como fornecedores de alimentos e bebidas no festival Nova, próximo à Gaza, quando os homens armados do Hamas chegaram. Ambos pertencem à minoria árabe drusa de Israel.

    Os irmãos foram separados no caos e Rada juntou-se a outro trabalhador do festival.

    “As balas estavam batendo perto do meu rosto. Não sei como. As garotas ao redor foram abatidas e eu estava esperando para ser atingido. Então vi um buraco, como se tivesse sido cavado por alguém. Entramos nele”, disse Rada. “Ficamos lá até o tiroteio parar por um tempo.”

    As jovens presentes no festival “imploravam aos membros do Hamas que não as matassem”, disse ele. “Mas eles estavam se divertindo com elas. Eles as pegaram pelos cabelos e atiraram na cabeça delas. Por quê? Nunca verei um dia mais difícil do que aquele. É o dia mais difícil na história do país.”

    Raif correu por entre as árvores até um veículo estacionado, filmando enquanto fugia com o som de tiros ao fundo. Ao chegar ao veículo, disse que olhou em volta e viu 10 extremistas a apenas 50 metros de distância, atacando jovens com martelos.

    “Eu entendo árabe, você sabe, eu os ouvi e não entendo por que isso está realmente acontecendo aqui neste momento”, disse Raif.

    “Liguei para a polícia e pedi ajuda para ele, falei para ele que éramos umas 30 pessoas aqui, 30 jovens sem nada, sem ajuda nenhuma, sem nada para salvar nossas vidas, pedindo que mandassem helicópteros, alguma coisa, eu não sei. Eles me disseram que não, ‘não podemos chegar você, apenas fique quieto e esconda todo mundo’.”

    Israel diz que 1.400 pessoas foram mortas pelo Hamas no ataque a cidades e kibutzes, e que cerca de 240 pessoas foram feitas de reféns, muitos deles supostamente ainda mantidos em cativeiro na vasta rede de túneis em Gaza, que as tropas israelenses começaram a atacar.

    As autoridades de saúde na Faixa de Gaza, controlada pelo Hamas, afirmam que mais de 8.500 pessoas foram mortas no ataque de Israel, entre elas 3.500 crianças, desde 7 de outubro.

    Veja também: Familiares temem morte de reféns com avanço de Israel em Gaza