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    Estudantes da Universidade de Duke protestam contra discurso de Seinfeld

    Comediante é alvo de críticas por apoio à operação israelense na Faixa de Gaza

    Julia Harteda Reuters

    Dezenas de estudantes da Universidade de Duke abandonaram uma cerimônia em que o comediante Jerry Seinfeld discursava no último domingo.

    Parte dos estudantes usava bandeiras da Palestina. Desde o início da guerra na Faixa de Gaza, Seinfeld tem demonstrado apoio a operação israelense. Em um vídeo publicado no X, antigo Twitter, há ao menos uma pessoa usando um Keffiyeh, uma espécie de lenço usado nos Estados Unidos como símbolo de apoio aos palestinos.

    Outros estudantes, no entanto, celebraram a presença do ator, que recebeu um diploma honorário durante o evento.

    “Muitos de vocês pensaram: não acredito que convidaram esse cara. Tarde demais”, afirmou Seinfeld logo após defender o conceito de privilégio. “Usem seu privilégio. Eu cresci sendo um menino judeu em Nova York. Isso é um privilégio se você quer ser um comediante”, afirmou.

    “Entendemos o quão profundo é o nosso sentimento de comunidade. E, como temos feito o ano todo, respeitamos o direito de todos na Universidade Duke de expressar suas visões de maneira pacífica, sem impedir os graduandos e os familiares de celebrarem suas conquistas”, afirmou, em nota, Frank Tramble, porta-voz da Universidade.

    Seinfeld visitou Israel e tem defendido a atuação militar do país desde o ataque de 7 de outubro, quando o Hamas matou 1200 pessoas e sequestrou outras 252 – autoridades israelenses afirmam que ainda há 133 reféns em Gaza. A operação conduzida pelo governo de Benjamin Netanyahu, por outro lado, já matou mais de 35 mil palestinos, segundo o Ministério da Saúde do Hamas.

    Na quinta-feira, a Casa Branca afirmou que o presidente Joe Biden acolhe os protestos pacíficos em cerimônias universitárias em que ele ou outras autoridades da administração federal sejam palestrantes.

    O protesto na Universidade Duke foi o último episódio de uma série de manifestações em faculdades dos EUA, onde estudantes pedem que as instituições retirem qualquer investimento de empresas que lucram com a guerra na Faixa de Gaza e exigem, também, anistia aos integrantes da comunidade escolar que sofreram penalidades por conta dos protestos.

    Também nesse domingo, na Faculdade Emerson, em Boston, palavras de ordem interromperam a fala do presidente da instituição durante uma cerimônia de graduação.

    Alguns estudantes receberam o diploma usando adereços que demonstram apoio aos palestinos.

    Instituições como a Universidade de Columbia, em Nova York, e a Universidade do Sul da Califórnia decidiram cancelar as colações de grau neste mês por conta dos protestos. Outras universidades decidiram reagendar esses eventos.

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