“Estamos sob um ataque desumano e cínico”, diz conselheira da Ucrânia na ONU
Emine Dzhaparova afirmou que civis também estão sendo mortos
Falando no Conselho de Direitos Humanos da ONU nesta quarta-feira (2), Emine Dzhaparova, representante da Ucrânia nas Nações Unidas, afirmou que o país sofre um “ataque desumano e cínico” da Rússia.
“Muitas pessoas me perguntam o que está acontecendo na Ucrânia. Nós estamos sob um ataque desumano e cínico de um país vizinho, mas não é hora, agora, de chorar, nós precisamos pensar em quando teremos nossas lágrimas de alegria, quando começaremos a reconstruir nossas cidades”, afirmou Dzhaparova.
De acordo com a representante, a Ucrânia pretende denunciar a Rússia ao Tribunal Internacional de Crimes, visando responsabiliza-la por “romper a noção de genocídio” e “justificar essa ação”.
“O presidente Volodymyr Zelensky disse que a Rússia deve ser considerada um Estado terrorista”, destacou.
Dzhaparova disse que civis também estão sendo alvo de ataques, o que teria resultado na morte de pelo menos 352 ucranianos, incluindo 16 crianças. Além disso, muitas casas estariam “sem luz e água”. O Serviço de Emergência do Estado da Ucrânia fala em um número ainda maior: dois mil civis.
“Não há objetivos estratégicos quando o Centro da cidade é bombardeado”, acrescentou, se referindo aos ataques russos em Kharkiv.
A conselheira prestou também condolências aos estrangeiros mortos nos ataques e pontuou que “não há discriminação por raça ou nacionalidade” na retirada do país.
Por fim, ela reforçou o pedido de ajuda internacional citando a frase do presidente Volodymyr Zelensky: “Não precisamos de carona, precisamos de sua ajuda”.
Dzhaparova terminou aplaudida de pé pelos representantes internacionais.
Standing ovation from the members of the @UN_HRC for First Deputy Foreign Minister of Ukraine 🇺🇦@EmineDzheppar
Spot the difference with the room yesterday, President Putin. Russia is isolated, here as elsewhere #StandWithUkraine 🇺🇦💪🏽 pic.twitter.com/og4HRHLS2L
— Simon Manley (@SimonManleyFCDO) March 2, 2022
Entenda o conflito
Após meses de escalada militar e intemperança na fronteira com a Ucrânia, a Rússia atacou o país do Leste Europeu. No amanhecer desta quinta-feira (24), as forças russas começaram a bombardear diversas regiões do país – acompanhe a repercussão ao vivo na CNN.
Horas mais cedo, o presidente russo, Vladimir Putin, autorizou uma “operação militar especial” na região de Donbas (ao Leste da Ucrânia, onde estão as regiões separatistas de Luhansk e Donetsk, as quais ele reconheceu independência).
O que se viu nas horas a seguir, porém, foi um ataque a quase todo o território ucraniano, com explosões em várias cidades, incluindo a capital Kiev.De acordo com autoridades ucranianas, dezenas de mortes foram confirmadas nos exércitos dos dois países.
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Refugiados da Ucrânia chegam a abrigo temporário em Korczowa, na Polônia • Sean Gallup/Getty Images
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Refugiados choram e se abraçam após encontrar parentes do outro lado da fronteira da Ucrânia com a Polônia • Attila Husejnow/SOPA Images/LightRocket via Getty Images
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Pessoas esperam por refugiados em estação de trem nas proximidades da fronteira entre Rússia e Ucrânia • Janos Kummer/Getty Images
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Refugiada ucraniana cruza a pé a fronteira da Ucrânia com a Polônia • Attila Husejnow/SOPA Images/LightRocket via Getty Images
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Refugiados acampam perto da fronteira entre a Ucrânia e a Polônia • Beata Zawrzel/NurPhoto via Getty Images
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Abrigo de refugiados ucranianos na Polônia • Agnieszka Majchrowicz/Anadolu Agency via Getty Images
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Estação de trem na Polônia registra alto fluxo de refugiados vindos da Ucrânia • Agnieszka Majchrowicz/Anadolu Agency via Getty Images
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Pessoas evacuam a cidade de Irpin, a noroeste de Kiev, no décimo dia da guerra Rússia-Ucrânia em 5 de março de 2022 • Wolfgang Schwan/Anadolu Agency via Getty Images
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Crianças evacuadas de um orfanato em Zaporizhzhia chegam ao principal terminal ferroviário em Lviv, Ucrânia, no dia 5 de março • Dan Kitwood/Getty Images
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Estudantes indianos voltaram da Ucrânia depois da invasão da Rússia; pais e outros parentes se emocionaram ao receber os alunos no aeroporto internacional Índia Gandhi, em Nova Délhi, Índia, no dia 5 de março. Governo indiano amplia a Operação Ganga, uma operação de resgate para evacuar cidadãos indianos • Salman Ali/Hindustan Times via Getty Images
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Refugiados que fugiram da Ucrânia estão sendo abrigados em um ginásio esportivo em Zgorzelec, na Polônia • Danilo Dittrich/picture alliance via Getty Images
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Pessoas que fugiram da guerra na Ucrânia encontram abrigo em ginásio esportivo convertido temporariamente em um abrigo, na região de Nowa Huta, em Cracóvia, na Polônia, em 15 de março de 2022 • Omar Marques/Getty Images
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Refugiados ucranianos cruzam a ponte sobre o rio Tisza, que conecta a Ucrânia com a Romênia • Denise Hruby/CNN
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Refugiados e voluntários locais descarregando ajuda vinda da Romênia • Denise Hruby/CNN
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Refugiados ucranianos estão sendo acolhidos em centro a dois quilômetros de distância do antigo campo de extermínio nazista de Auschwitz-Birkenau • Reuters
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Rada, 2 anos, alimenta-se em Medyka, Polônia, após deixar a Ucrânia 11/03/2022 • REUTERS/Fabrizio Bensch
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Ponto de ajuda para refugiados da Ucrânia que foi inaugurado no Estádio Municipal Henryk Reymans. em Cracóvia, na Polônia • NurPhoto via Getty Images
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Pessoas retiradas da região de Mariupol, na Ucrânia • Foto: Alexander Ermochenko/REUTERS
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Voluntários preparam ajuda humanitária para refugiados em Lviv, Ucrânia • 06/03/2022REUTERS/Pavlo Palamarchuk
Em seu pronunciamento antes do ataque, Putin justificou a ação ao afirmar que a Rússia não poderia “tolerar ameaças da Ucrânia”. Putin recomendou aos soldados ucranianos que “larguem suas armas e voltem para casa”. O líder russo afirmou ainda que não aceitará nenhum tipo de interferência estrangeira.Esse ataque ao ex-vizinho soviético ameaça desestabilizar a Europa e envolver os Estados Unidos.
A Rússia vem reforçando seu controle militar em torno da Ucrânia desde o ano passado, acumulando dezenas de milhares de tropas, equipamentos e artilharia nas portas do país.Nas últimas semanas, os esforços diplomáticos para acalmar as tensões não tiveram êxito.
A escalada no conflito de anos entre a Rússia e a Ucrânia desencadeou a maior crise de segurança no continente desde a Guerra Fria, levantando o espectro de um confronto perigoso entre as potências ocidentais e Moscou.
(*Com informações da Reuters e da CNN Internacional)