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    Espanha: Milhares de pessoas protestam em Valência após enchentes mortais

    Dezenas de milhares de pessoas marcham para exigir a renúncia do líder de Valência por lidar com enchentes mortais

    Abel Alvaradoda CNN

    Manifestantes e policiais entraram em confronto nas ruas de Valência, no leste da Espanha, no sábado (9), enquanto dezenas de milhares de pessoas marchavam para exigir a renúncia da autoridade regional. Os manifestantes criticam a resposta do governo às enchentes que mataram mais de 220 pessoas.

    Perto da Praça da Câmara Municipal de Valência, a polícia usou cassetetes e escudos para afastar uma multidão enfurecida que por vezes atirava cadeiras e outros objetos contra os agentes,

    Em outras partes da cidade, vários edifícios foram vandalizados, segundo o presidente da Câmara de Valência, embora não tenha havido relatos de feridos graves.

    A mídia local – citando informações do governo – informou que cerca de 130 mil pessoas participaram do protesto.

    As manifestações começaram por volta das 18h, no horário local, quando milhares de pessoas – muitas delas carregando cartazes e gritando “assassinos!” – saíram às ruas para exigir a demissão do presidente regional de Valência, Carlos Mazón.

    Críticos do governo consideram que a resposta das autoridades à pior catástrofe natural que a região viu em décadas foi lenta demais.

    As cheias, que começaram no final de outubro, fizeram com que chovesse o esperado para um ano na região em menos de 8 horas. A chuva desceu pelos rios e afluentes em direção ao mar Mediterrâneo, arrastando carros e destruindo pontes ao longo do caminho.

    “O governo regional não avisou a tempo sobre as inundações, não respondeu a tempo”, disse um manifestante à agência Reuters.

    “Portanto, queremos que eles renunciem e deixem que o novo governo assuma a responsabilidade de limpar a bagunça que eles deixaram.”

    Outro manifestante disse: “A única coisa que quero dizer é que este abandono e negligência institucional devem ser responsabilizados”.

    Mazón alegou que não foi avisado com antecedência suficiente sobre a gravidade da chuva pelas autoridades centrais, enquanto o governo espanhol afirma que tentou ligar para Mazón pelo menos quatro vezes antes de conseguir entrar em contato com ele.

    O presidente regional, que, segundo alguns relatos da mídia espanhola, estava num restaurante durante as enchentes, negou ter perdido qualquer ligação antes que as inundações se tornassem catastróficas.

    O governo espanhol e as agências locais continuam a procurar mais de 70 pessoas que continuam desaparecidas.

    Mais de 8.400 soldados participam nos esforços, segundo o governo espanhol, juntamente com mergulhadores que procuram perto da costa de Valência.

    A prefeita de Valência, María José Catalá, recorreu ao X após os protestos de sábado para pedir calma.

    “Com absoluto respeito a todos, considero que o confronto e o vandalismo nunca serão a solução”, escreveu ela.

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