Erdogan diz que apoio a curdos prejudica entrada da Suécia na Otan
Presidente da Turquia afirmou, no entanto, que governo sueco atuou “na direção certa” ao aprovar legislação antiterrorismo


O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, disse que a Suécia tomou medidas na direção certa para sua proposta da Otan com legislação antiterrorismo, mas os protestos contínuos de militantes simpatizantes curdos minaram suas medidas, disse o gabinete de Erdogan.
A presidência turca disse que Erdogan fez os comentários em um telefonema com o primeiro-ministro holandês, Mark Rutte, em meio a dúvidas de que Ancara retirará sua oposição à adesão da Suécia à Otan a tempo da cúpula do bloco na Lituânia, de 11 a 12 de julho.
A Suécia e a Finlândia se inscreveram para ingressar na Otan no ano passado, abandonando as políticas de não-alinhamento militar após a invasão da Ucrânia pela Rússia. As candidaturas devem ser aprovadas por todos os membros da Otan, mas a Turquia e a Hungria ainda não aprovaram a candidatura da Suécia.
A Turquia tem repetidamente dito que a Suécia deve tomar mais medidas contra os apoiadores do proscrito Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK) e membros de uma rede que Ancara responsabiliza por uma tentativa de golpe em 2016. A Turquia designa ambas como organizações terroristas.
“O presidente Erdogan disse que a Suécia deu passos na direção certa ao fazer mudanças na legislação antiterrorismo”, disse o comunicado.
“Mas os apoiadores do PKK…organização terrorista continuam a organizar livremente manifestações elogiando o terrorismo, o que anula as medidas tomadas”, afirmou.
Nos últimos meses, manifestantes em Estocolmo agitaram bandeiras mostrando apoio ao PKK, que também é considerado um grupo terrorista pelos aliados ocidentais da Turquia, incluindo a Suécia.
A Suécia diz que manteve sua parte de um acordo fechado com a Turquia em Madri no ano passado, com o objetivo de abordar as preocupações de segurança de Ancara, incluindo uma nova lei antiterrorismo.
(Reportagem de Daren Butler)