Tanques entram em Mariupol, na Ucrânia• Carlos Barria/Reuters
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Voluntários e serviços de emergência estão trabalhando a toda velocidade enquanto para tentar retirar as pessoas da cidade sitiada de Volnovakha, depois que o Ministério da Defesa russo anunciou que interromperia o bombardeio no lugar, assim como Mariupol, ambas no sudeste da Ucrânia.
“Ouvimos de um amigo que mora lá que há tantas pessoas dentro, sob os prédios, na verdade, sob os prédios destruídos”, disse Denys Tsutsayev, um dos voluntários que coletam informações sobre a região, à CNN. “Há problemas com água, energia. Há muitas pessoas sem aquecimento e qualquer coisa que estiveram em Volnovakha por todos esses dias”, afirmou o voluntário.
“A conexão é muito ruim na área, por isso é difícil alcançar as pessoas”, acrescentou.
A CNN recebeu um relato de Marina Gasanova, moradora de uma vila perto de Volnovakha, cujo marido vem tentando evacuar pessoas da cidade nos últimos dias. No início desta semana, ela escreveu:
A situação na cidade é muito assustadora. Não sobrou quase nada na cidade, algo vem a cada minuto de todos os lados, não está claro o quê… e não está claro de onde vem. Assustador, louco!
“Meu marido disse: ‘Eu entro, tem um carro parado ali, eu vou e volto, tiro as pessoas, quando eu volto, o carro já está pegando fogo’. Lá, a cada minuto, a cada segundo, todo mundo está atirando. De todos os lados. É simplesmente impossível! Há cadáveres espalhados por aí, braços arrancados, pernas arrancadas.”
Entendendo o cessar-fogo
O ministério da Defesa da Rússia anunciou, neste sábado (5), um cessar-fogo nas cidades ucranianas de Mariupol e Volnovakha para permitir a liberação de corredores humanitários para a fuga de civis.
De acordo com o governo russo, a interrupção dos ataques e bombardeios teve início às 10h no horário de Moscou (04h pelo horário de Brasília), e servirá para que civis fujam com segurança de suas casas.
“Hoje, 5 de março, a partir das 10h, horário de Moscou, o lado russo declara um regime de cessar-fogo e abre corredores humanitários para a saída de civis de Mariupol e Volnovakha”, disse o ministério em comunicado. “Corredores humanitários e rotas de saída foram acordados com o lado ucraniano.”
Este é, até o momento, o primeiro cessar-fogo feito pelo exército da Rússia desde que as tropas do país começaram a invasão da Ucrânia no dia 24 de fevereiro.
Mykhailo Podoliak, chefe do gabinete do presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, confirmou que os corredores de evacuação estão sendo preparados em regiões do país. “As partes cessaram fogo temporariamente na área dos corredores”, disse Podoliak em sua conta oficial no Twitter.
Mariupol, no sul da Ucrânia, é considerada um ponto estratégico devido a sua saída para o mar, se tornando um alvo em potencial no conflito. O prefeito da cidade portuária, Vadym Boichenko, anunciou que as tropas russas bloquearam toda a região e estão impedindo o fornecimento de energia, água e aquecimento, além de danificarem rodovias.
Autoridades da cidade disseram que os dois lados concordaram que os ucranianos terão cinco horas para cruzarem os corredores humanitários enquanto os disparos estiverem interrompidos.
Na última quinta-feira (3), em um encontro para negociações entre os dois países, representantes da Ucrânia e da Rússia já haviam concordado com os corredores humanitários — locais que não seriam alvos de ataques russos e serviriam para a passagem de refugiados e recursos.
“Os ministérios de defesa russo e ucraniano concordaram em fornecer corredores humanitários para civis e em um possível cessar-fogo temporário em áreas onde a evacuação está acontecendo”, declarou o chefe da delegação russa, Vladimir Medinsky, na última quinta-feira (3).
O assessor do Ministério do Interior ucraniano, Anton Herashchenko, disse neste sábado que haverá mais acordos com a Rússia sobre o estabelecimento de corredores humanitários para evacuar civis das comunidades da linha de frente.
*Com informações da CNN Internacional e da Reuters
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Refugiados da Ucrânia chegam a abrigo temporário em Korczowa, na Polônia • Sean Gallup/Getty Images
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Refugiados choram e se abraçam após encontrar parentes do outro lado da fronteira da Ucrânia com a Polônia • Attila Husejnow/SOPA Images/LightRocket via Getty Images
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Pessoas esperam por refugiados em estação de trem nas proximidades da fronteira entre Rússia e Ucrânia • Janos Kummer/Getty Images
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Refugiada ucraniana cruza a pé a fronteira da Ucrânia com a Polônia • Attila Husejnow/SOPA Images/LightRocket via Getty Images
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Refugiados acampam perto da fronteira entre a Ucrânia e a Polônia • Beata Zawrzel/NurPhoto via Getty Images
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Abrigo de refugiados ucranianos na Polônia • Agnieszka Majchrowicz/Anadolu Agency via Getty Images
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Estação de trem na Polônia registra alto fluxo de refugiados vindos da Ucrânia • Agnieszka Majchrowicz/Anadolu Agency via Getty Images
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Pessoas evacuam a cidade de Irpin, a noroeste de Kiev, no décimo dia da guerra Rússia-Ucrânia em 5 de março de 2022 • Wolfgang Schwan/Anadolu Agency via Getty Images
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Crianças evacuadas de um orfanato em Zaporizhzhia chegam ao principal terminal ferroviário em Lviv, Ucrânia, no dia 5 de março • Dan Kitwood/Getty Images
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Estudantes indianos voltaram da Ucrânia depois da invasão da Rússia; pais e outros parentes se emocionaram ao receber os alunos no aeroporto internacional Índia Gandhi, em Nova Délhi, Índia, no dia 5 de março. Governo indiano amplia a Operação Ganga, uma operação de resgate para evacuar cidadãos indianos • Salman Ali/Hindustan Times via Getty Images
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Refugiados que fugiram da Ucrânia estão sendo abrigados em um ginásio esportivo em Zgorzelec, na Polônia • Danilo Dittrich/picture alliance via Getty Images
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Pessoas que fugiram da guerra na Ucrânia encontram abrigo em ginásio esportivo convertido temporariamente em um abrigo, na região de Nowa Huta, em Cracóvia, na Polônia, em 15 de março de 2022 • Omar Marques/Getty Images
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Refugiados ucranianos cruzam a ponte sobre o rio Tisza, que conecta a Ucrânia com a Romênia • Denise Hruby/CNN
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Refugiados e voluntários locais descarregando ajuda vinda da Romênia • Denise Hruby/CNN
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Refugiados ucranianos estão sendo acolhidos em centro a dois quilômetros de distância do antigo campo de extermínio nazista de Auschwitz-Birkenau • Reuters
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Rada, 2 anos, alimenta-se em Medyka, Polônia, após deixar a Ucrânia 11/03/2022 • REUTERS/Fabrizio Bensch
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Ponto de ajuda para refugiados da Ucrânia que foi inaugurado no Estádio Municipal Henryk Reymans. em Cracóvia, na Polônia • NurPhoto via Getty Images
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Pessoas retiradas da região de Mariupol, na Ucrânia • Foto: Alexander Ermochenko/REUTERS
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Voluntários preparam ajuda humanitária para refugiados em Lviv, Ucrânia • 06/03/2022REUTERS/Pavlo Palamarchuk