“Ouvimos de um amigo que mora lá que há tantas pessoas dentro, sob os prédios, na verdade, sob os prédios destruídos”, disse Denys Tsutsayev, um dos voluntários que coletam informações sobre a região, à CNN. “Há problemas com água, energia. Há muitas pessoas sem aquecimento e qualquer coisa que estiveram em Volnovakha por todos esses dias”, afirmou o voluntário.
“A conexão é muito ruim na área, por isso é difícil alcançar as pessoas”, acrescentou.
A CNN recebeu um relato de Marina Gasanova, moradora de uma vila perto de Volnovakha, cujo marido vem tentando evacuar pessoas da cidade nos últimos dias. No início desta semana, ela escreveu:
A situação na cidade é muito assustadora. Não sobrou quase nada na cidade, algo vem a cada minuto de todos os lados, não está claro o quê… e não está claro de onde vem. Assustador, louco!
“Meu marido disse: ‘Eu entro, tem um carro parado ali, eu vou e volto, tiro as pessoas, quando eu volto, o carro já está pegando fogo’. Lá, a cada minuto, a cada segundo, todo mundo está atirando. De todos os lados. É simplesmente impossível! Há cadáveres espalhados por aí, braços arrancados, pernas arrancadas.”
Entendendo o cessar-fogo
O ministério da Defesa da Rússia anunciou, neste sábado (5), um cessar-fogo nas cidades ucranianas de Mariupol e Volnovakha para permitir a liberação de corredores humanitários para a fuga de civis.
De acordo com o governo russo, a interrupção dos ataques e bombardeios teve início às 10h no horário de Moscou (04h pelo horário de Brasília), e servirá para que civis fujam com segurança de suas casas.
“Hoje, 5 de março, a partir das 10h, horário de Moscou, o lado russo declara um regime de cessar-fogo e abre corredores humanitários para a saída de civis de Mariupol e Volnovakha”, disse o ministério em comunicado. “Corredores humanitários e rotas de saída foram acordados com o lado ucraniano.”
Este é, até o momento, o primeiro cessar-fogo feito pelo exército da Rússia desde que as tropas do país começaram a invasão da Ucrânia no dia 24 de fevereiro.