Equipe da ONU avalia danos a usina nuclear da Ucrânia em visita de alto risco
Uma equipe de inspeção da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) enfrentou intensos bombardeios para chegar à usina nuclear de Zaporizhzhia na quinta-feira
Especialistas da área nuclear da Organização das Nações Unidas (ONU), que cruzaram o território controlado pela Rússia na Ucrânia para avaliar a segurança da maior usina de energia atômica da Europa, tentam estimar nesta sexta-feira (2) os danos físicos à instalação, sobre a qual ambos os lados do conflito alertam para um possível desastre.
Uma equipe de inspeção da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) enfrentou intensos bombardeios para chegar à usina nuclear de Zaporizhzhia na quinta-feira.
Rússia e Ucrânia dizem temer uma catástrofe semelhante à de Chernobyl devido aos ataques pelos quais as duas partes trocam acusações sobre a autoria.
A Rússia tomou a usina no início da guerra, que já dura mais de seis meses, e as áreas ao sul da Ucrânia são agora o foco de uma grande contraofensiva ucraniana.
Kiev acusa Moscou de usar a instalação para proteger suas forças, uma acusação que Moscou nega ao rejeitar pedidos para retirar as tropas.
Depois de visitar a fábrica na quinta-feira, o chefe da AIEA, Rafael Grossi, disse que seus inspetores “não vão a lugar algum”.
Grossi e outros membros da equipe partiram para o território que está sob controle ucraniano, mas cinco inspetores da AIEA permanecem na usina, disse a empresa nuclear estatal da Ucrânia.
Os inspetores vão avaliar os danos físicos às instalações e garantir que seus sistemas de segurança e proteção estejam funcionais, e também irão analisar as condições da equipe da usina, diz a AIEA.
Grossi disse na quinta-feira que produziria um relatório sobre suas descobertas.
Desde sua captura pela Rússia em março, a usina tem sido controlada por tropas russas, mas operada por funcionários ucranianos. Na quinta-feira, um de seus reatores foi forçado a desligar devido a bombardeios.
Em um discurso em vídeo na noite de quinta-feira, o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky reiterou seus frequentes apelos para que todas as tropas sejam removidas da usina – uma demanda apoiada pelos aliados ocidentais de Kiev e pelas ONU.