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    Equatorianos votam para presidente de olho em promessas para economia e segurança pública

    Principais preocupações dos eleitores se concentram na economia e aumento da criminalidade, assassinatos, roubos e rebeliões em prisões

    Por Alexandra Valencia e Yury Garcia, da Reuters

    Os equatorianos começaram a votar neste domingo (15) para escolher seu próximo presidente, avaliando promessas para a economia e a segurança pública de um empresário que é herdeiro de uma fortuna de bananas e de uma esquerdista que, se eleita, será a primeira mulher a liderar o país.

    As principais preocupações dos eleitores se concentram, principalmente, na economia — que tem enfrentado dificuldades desde a pandemia do coronavírus e motivou a migração de milhares de equatorianos — e no aumento da criminalidade, incluindo o aumento de assassinatos, roubos e rebeliões em prisões.

    A violência, que o governo atribui às gangues de drogas, atingiu um ponto alto durante a campanha com o assassinato do candidato anticorrupção Fernando Villavicencio, que foi morto a tiros quando saía de um evento de campanha em Quito, em agosto.

    O empresário Daniel Noboa, 35 anos, liderou as pesquisas recentes para o segundo turno, mas pelo menos duas pesquisas colocaram ele e Luisa González, ligada ao ex-presidente Rafael Correa, empatados dentro da margem de erro.

    González, 45 anos e ex-legisladora, obteve 34% dos votos em um primeiro turno. Ela votou cedo no domingo em Canuto, cercada por forte segurança.

    “Estamos confiantes de que o povo equatoriano votará com memória, coração, por um país com dignidade e direitos”, disse González ao sair de sua seção eleitoral.

    González disse que traria de volta os gastos sociais populares que caracterizaram a década de Correa no poder, prometendo remédios gratuitos, maior proteção aos trabalhadores e ajuda direta aos necessitados.

    Ela também prometeu usar US$ 2,5 bilhões das reservas internacionais para fortalecer a economia.

    “No momento, não temos estabilidade social ou econômica. Eu me preocupo com o futuro de meus filhos”, disse a eleitora de González, Erika Granja, 43 anos, no sul de Guayaquil.

    “Trabalho todos os dias para eles e quero um país melhor para eles”, disse ela, acrescentando que os governos recentes “deixaram o país em pedaços”

    Noboa, também um ex-legislador que prometeu a criação de empregos, especialmente para os jovens, foi uma surpresa no segundo turno, recebendo 23% dos votos no primeiro turno.

    Ele é filho do multimilionário Álvaro Noboa, magnata do setor de bananas, que se candidatou várias vezes à Presidência sem sucesso.

    “Precisamos da esperança de um candidato preparado e (Noboa) é isso”, disse o estudante universitário de Guayaquil Estefano Ruales, 25 anos. “Precisamos da esperança de que ele tome o caminho correto para melhorar a situação em nosso Equador.”

    Seu pai, motorista de táxi, foi assassinado durante um assalto há sete meses, disse Ruales, e ele teme que uma vitória de González piore a insegurança.

    Corrida apertada

    O presidente que está deixando o cargo, Guillermo Lasso, convocou a eleição antecipadamente para evitar o impeachment sob a acusação de ter ignorado avisos de desvio de verbas relacionadas a um contrato em uma empresa estatal. Ele negou as acusações.

    O vencedor governará somente a partir de dezembro deste ano até maio de 2025, quando o vencedor das eleições regularmente programadas assumirá o cargo.

    Muitos eleitores ainda estavam indecisos nos últimos dias da campanha, de acordo com as pesquisas.

    Uma vitória de Noboa poderia, em um primeiro momento, ser vista como positiva pelos investidores, mas, no médio prazo, a perspectiva do mercado dependeria de quem ele nomeasse para os cargos mais altos, disse Zulfi Ali, gerente de portfólio da PGIM.

    “O mercado vai analisar com muita atenção as políticas, as declarações iniciais e também a composição do gabinete, especialmente no caso de Noboa”, disse Ali. “Portanto, embora a primeira reação seja positiva, porque ele é um candidato pró-negócios, pró-negócios e pró-mercados podem significar duas coisas diferentes.”

    González disse que Correa seria seu principal conselheiro econômico, enquanto ambos os candidatos disseram que iriam equilibrar o cumprimento dos termos da dívida externa do Equador com as necessidades da população.

    Com relação à segurança, González prometeu construir uma nova prisão fora de Guayaquil e recuperar o país dos criminosos, enquanto Noboa disse que os condenados mais perigosos devem ser mantidos em barcos-prisão e que ele usará a tecnologia para combater o crime.

    Ambos se comprometeram a reforçar a segurança em portos e aeroportos, pontos críticos para o contrabando de drogas.

    González conta com o apoio do partido Revolução Cidadã, de Correa, enquanto Noboa formou seu próprio partido, o Ação Democrática Nacional.

    As urnas foram abertas às 7h da manhã, horário local, e serão fechadas às 17h (19h em Brasília). Espera-se que Noboa aguarde os resultados na cidade litorânea de Olón, enquanto González tem um evento planejado em Quito.

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