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    Entenda quem são os principais participantes e o que está em jogo na COP29

    Cúpula climática começa na próxima segunda-feira (11) em Baku, no Azerbaijão

    Reuters

    Quase 200 países se reunirão na próxima semana para a cúpula climática da ONU, a COP29. Porém, chegar a um consenso para um acordo entre tantos pode ser difícil.

    Confira alguns dos principais participantes e blocos de negociação envolvidos na COP29, que começa na próxima segunda-feira (11) em Baku, no Azerbaijão.

    China

    A China produz a maior parte da energia a partir de combustíveis fósseis que aquecem o clima e também de fontes de energia renováveis. Ela é responsável por cerca de 30% das emissões anuais de carbono do mundo, tornando a China o maior emissor de gases de efeito estufa.

    No entanto, as emissões do país podem ter atingido o pico após as recentes expansões em energia renovável, de acordo com o Centro de Pesquisa em Energia e Ar Limpo, sediado em Helsinque, Capital da Finlândia.

    Embora seja a segunda maior economia do mundo depois dos Estados Unidos, a China mantém a designação de país em desenvolvimento nas negociações climáticas da ONU que começaram na década de 1990.

    Como tal, diz que os Estados Unidos e outros países industrializados devem agir primeiro e mais rápido com a ação climática. Pequim também rejeita os apelos para que contribua com financiamento climático para países em desenvolvimento.

    A China enviará à COP29 um novo diplomata para mudanças climáticas, já que Liu Zhenmin, ex-vice-ministro das Relações Exteriores, substituiu o antigo enviado climático Xie Zhenhua, que se aposentou.

    Estados Unidos

    O segundo maior emissor do mundo, e o maior emissor histórico, chega à COP29 após uma eleição que colocará Donald Trump de volta ao poder em 2025.

    Negociadores norte-americanos do governo Biden, liderados pelo conselheiro sênior da Casa Branca, John Podesta, representarão o país na COP29.

    Mas a vitória de Trump reduziu a chance de um acordo forte sobre uma nova meta financeira global, ou um acordo para aumentar o grupo de países que devem contribuir.

    O presidente eleito Trump prometeu novamente se retirar do Acordo de Paris de 2015 e rotulou os esforços para impulsionar a energia verde como uma “fraude”.

    Embora o governo Biden tenha fornecido centenas de bilhões de dólares para mitigação e adaptação às mudanças climáticas por meio da Lei de Redução da Inflação, os EUA continuaram a quebrar recordes como o maior produtor mundial de petróleo e gás durante sua presidência.

    União Europeia

    Os 27 países da UE ainda não apresentaram sua posição sobre algumas das questões mais polêmicas da COP29.

    Ainda não disse quão grande deve ser a nova meta de financiamento climático, ou quanto deve vir diretamente dos orçamentos nacionais em oposição a instituições de empréstimos multilaterais ou investimento privado. No entanto, exigiu que a China e outras economias em rápido desenvolvimento contribuíssem.

    A UE e seus estados-membros contribuíram com a maior parte do financiamento climático global até o momento, tendo mais que dobrado sua oferta na última década. Em 2023, a UE e seus estados-membros contribuíram com 28,6 bilhões de euros (US$ 30,8 bilhões) em financiamento climático de fontes públicas.

    Reino Unido

    O governo do Partido Trabalhista britânico, eleito em julho, planeja enfatizar seu compromisso climático na COP29, depois que o Ministro da Energia, Ed Miliband, descreveu a Grã-Bretanha como estando “de volta ao negócio da liderança climática”.

    O país, que sediou a COP26 em Glasgow em 2021, e disse que irá apresentar seu próximo conjunto de promessas de redução de emissões para 2035 na cúpula de Baku, três meses antes do previsto que era para fevereiro.

    A Grã-Bretanha também terá uma meta financeira ambiciosa, mas não está claro quanto poderia contribuir com seu orçamento endividado.

    A Troika

    Autodenominando-se “a troika”, os países anfitriões da COP28, COP29 e COP30 disseram no ano passado que estavam colaborando para garantir a continuidade na organização das negociações climáticas anuais da ONU.

    Todos os três países têm economias que dependem de combustíveis fósseis. Os Emirados Árabes Unidos da COP28 e o Brasil da COP30 estão entre os 10 maiores produtores de petróleo do mundo e o Azerbaijão da COP29 é um proponente de sua indústria de gás natural.

    Países “básicos”

    Como nações populosas e de rápido desenvolvimento, Brasil, África do Sul, Índia e China podem ter um impacto descomunal na capacidade do mundo de enfrentar as mudanças climáticas.

    Cada país solicitou mais financiamento climático por meio do conceito de “responsabilidades comuns, mas diferenciadas” — o que significa que os países ricos que mais emitiram historicamente devem fazer mais para resolver o problema.

    Outros blocos de negociações

    G77 + CHINA – Esta aliança de 77 países em desenvolvimento e a China também afirma que os países ricos têm uma responsabilidade maior na redução de dióxido de carbono (CO2) do que as nações mais pobres.

    Grupo africano de negociadores

    Os países africanos pressionarão na COP29 por mais financiamento climático e para colocar em vigor o Artigo 6 do Acordo de Paris sobre as regras do mercado de carbono até o início do ano que vem.

    Eles continuam preocupados com a ociosidade do fundo de perdas e danos após as enchentes deste ano na África Oriental e as ondas de calor fatais no Sahel, faixa entre o deserto do Saara, ao norte, e a savana do Sudão.

    Os países africanos planejam contestar a decisão de colocar o órgão de assistência técnica do fundo em Genebra, opondo-se à escolha da cidade de alto custo em detrimento das recomendações para Nairóbi, capital do Quênia.

    A sede do fundo ficará nas Filipinas, mas o órgão de assistência técnica que fornece suporte aos países que enfrentam danos causados ​​por desastres naturais causados ​​pelo clima ficará na Suíça.

    Aliança dos pequenos estados insulares

    Um poderoso grupo de países desproporcionalmente afetados pelos impactos climáticos, principalmente pelo aumento do nível do mar, o bloco está focado em garantir trilhões de dólares em financiamento climático e promover esforços globais para eliminar gradualmente o uso de combustíveis fósseis.

    Grupo de países menos desenvolvidos

    As 45 nações deste grupo também são altamente vulneráveis ​​às mudanças climáticas, mas contribuíram pouco para isso. Elas estão pedindo financiamento significativo de países desenvolvidos, de preferência na forma de subsídios. Elas também querem que mais dinheiro flua para o fundo de perdas e danos.

    Coalizão de alta ambição

    Presidido pelas Ilhas Marshall, este grupo pressiona por metas e políticas mais agressivas de redução de emissões.

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