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    Entenda a riqueza de Essequibo e como ela contribuiu para o crescimento da Guiana

    País sul-americano pode se tornar um dos maiores produtores de petróleo do mundo

    Da CNN

    Embora o território de Essequibo seja composto principalmente por selva densa, também há na área reservas de petróleo, gás, ouro e diamantes, riquezas que influenciaram a recuperação na economia da Guiana.

    A região é objeto de disputa entre Venezuela e Guiana, que, conforme definido pela Corte Internacional de Justiça (CIJ), administra atualmente o território.

    A área em discussão, que abrange cerca de 160 mil km² e tem uma população de cerca de 125 mil habitantes, é rica em recursos naturais, bem como flora e fauna variadas e extensa capacidade de mineração. Além disso, tem potencial agrícola e possui reservas de diamantes, ouro e bauxita.

    Em 2015, a descoberta de petróleo pela ExxonMobil teve um impacto positivo na valorização de Essequibo, e, desde então, se tornou o principal foco econômico e político do país, segundo o CIA World Fact Book.

    Ainda segundo o documento, a pequena economia exportadora sul-americana era impulsionada pelos hidrocarbonetos.

    A ExxonMobil informou que, segundo suas estimativas, existem grandes reservas de petróleo bruto na área, que poderão chegar a 4 bilhões de barris. Alguns especialistas acreditam que há ainda mais petróleo mais no bloco Starbroek, de 6 milhões de hectares.

    Segundo o Fundo Monetário Internacional (FMI), a Guiana se tornou o país com o crescimento econômico mais rápido, prevendo que seu PIB cresça 38,4% este ano.

    Esse ritmo deve se sustentar à medida que a produção continuará aumentando com a ativação de novos campos de petróleo a partir do próximo ano.

    O economista venezuelano Francisco Monaldi, especialista no negócio petrolífero, disse à CNN que atualmente as estimativas são mais elevadas e podem rondar os 11 bilhões de barris, dos quais cerca de 450 mil barris por dia já são produzidos atualmente.

    Monaldi, que dirige o programa energético para a América Latina do Centro de Estudos Energéticos do Instituto Baker de Políticas Públicas da Universidade Rice, garante que a projeção estimada é de mais de um milhão de barris por dia nos próximos quatro ou cinco anos.

    Além disso, na opinião do especialista, a Guiana poderá se tornar o principal produtor de petróleo per capita do mundo se essa produção for alcançada.

    O economista explica que além das projeções, se olharmos para este momento, a Guiana produz hoje mais barris por habitante que a Arábia Saudita, o que ele considera um desempenho impressionante, mas principalmente em relação ao quão pequena era a economia da Guiana.

    Na opinião de Monaldi, todo o crescimento econômico da Guiana é produto dos investimentos que a ExxonMobil fez na produção e dos rendimentos que estão sendo gerados, que impulsionam a economia a um crescimento anual de 30%, o que já é um ritmo grande.

    Nesse ritmo, o especialista não hesita em afirmar que a Guiana será um país muito rico.

    Essa situação Monaldi garante que “contrasta com a derrocada venezuelana”, com uma indústria que sofre as consequências da falta de manutenção, apesar de ter reservas muito maiores de petróleo.

    Enquanto a reserva da Guiana é estimada em 11 bilhões de barris, a da Venezuela é estimada em cerca de 300 bilhões.

    Além disso, ele explica que o petróleo bruto da Guiana é petróleo leve com baixa intensidade de carbono por barril, condição que o torna muito mais viável do que o do cinturão petrolífero do Orinoco.

    Especificou também que a exploração terrestre em busca de petróleo bruto sempre foi malsucedida no território de Essequibo.

    Ou seja, não foi encontrado petróleo, pelo menos em quantidades comerciais relevantes, mas toda a exploração petrolífera tem sido produto de descobertas feitas por empresas transnacionais em áreas marítimas.

    Monaldi especifica isso para destacar que é importante entender que, do ponto de vista da riqueza, os recursos mais relevantes estão localizados nas águas e por isso este será um elemento chave para ambas as nações na hora de chegar a acordos na delimitação de suas fronteiras terrestres e, especialmente, as marítimas.

    Ele garante que no caso das áreas que já estão em processo de exploração, elas estão localizadas mais no lado do Suriname do que na área que está sendo reivindicada.

    No entanto, Monaldi esclarece que, dependendo de onde a linha for definida, a Venezuela pode argumentar que parte dela está em seu território, embora atualmente permaneça sob o controle da Guiana.

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