Embaixador da Palestina no Reino Unido diz que encontro entre Blinken e Autoridade Palestina foi tenso
“Precisamos ver os EUA desempenhando o papel de um mediador honesto, não adotando a narrativa israelense”, afirmou Husam Zomlot
O embaixador palestino no Reino Unido criticou os Estados Unidos neste domingo (5) por não terem sido um “mediador honesto” na guerra entre Israel e Hamas.
“Precisamos ver os EUA desempenhando o papel de um mediador honesto, não adotando a narrativa israelense”, afirmou Husam Zomlot, após o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, se reunir com o presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas.
“Precisávamos de um adulto na sala e esse são os EUA – infelizmente, não ouvimos isso e não elaboramos uma declaração conjunta.”
Zomlot, que também foi o último embaixador palestino nos EUA, disse que o encontro de Blinken com Abbas foi tenso.
“Nosso presidente exigiu um cessar-fogo imediato ao ataque atroz e assassino de Israel contra nossos civis e nosso povo. Esta não é uma guerra contra o Hamas”, disse Zomlot.
“Está claro desde que começou que se trata de uma guerra contra o nosso povo, não só em Gaza, mas também na Cisjordânia.”
O embaixador também criticou os EUA por se recusarem a pedir um cessar-fogo e, em vez disso, optarem pelo termo “pausa humanitária”.
“Toda esta conversa, Margaret, sobre ‘pausas humanitárias’ é simplesmente irresponsável”, disse ele a Margaret Brennan, da emissora norte-americana CBS.
“Pausas nos crimes contra a humanidade – vamos fazer uma pausa de seis horas nas mortes das nossas crianças e depois retomaremos a matança delas? Quer dizer, isto não suporta nem as leis internacionais.”
Zomlot recusou-se a condenar formalmente o ataque do Hamas a Israel em 7 de outubro e, em vez disso, apelou aos EUA para “fortalecerem o Estado da Palestina que será capaz de proteger o seu povo”.
Zomlot disse não considerar o conflito uma guerra, porque “uma guerra não acontece entre um ocupado e um ocupante” e “só acontece entre dois estados soberanos”.
Ele disse que a situação na Cisjordânia é “muito volátil e perigosa” e que está preocupado com a possibilidade de que se transforme numa guerra regional mais ampla.
“A cada minuto que esperamos, existe o risco de propagação”, alertou.