Com resposta cuidadosa, Israel nega usar fósforo branco para causar incêndios

Entidades internacionais acusaram o exército israelense de disparar a munição no Líbano; material é explosivo e tóxico e tem seu uso militar limitado pelas leis internacionais
por: Tamara Qiblawi, por: Florence Davey-Attlee e por: Sarah Sirgany da CNN
Bomba de fósforo branco
Bomba de fósforo branco é incendiária e tóxica para humanos  • Reprodução

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As Forças de Defesa de Israel (IDF, em inglês) responderam nesta quinta-feira (2) às acusações sobre o uso de fósforo branco por Israel no Líbano com uma declaração cuidadosamente elaborada, negando relatos de que a substância explosiva foi usada para causar incêndios, mas admitindo que a utilizam em algumas circunstâncias.

Na terça-feira, a Anistia Internacional acusou o exército israelense de disparar fósforo branco na cidade do sul do Líbano de Dhayra, ferindo civis.

No mesmo dia, o Ministro Interino da Agricultura do Líbano, Abbas Al-Hajj Hassan, acusou Israel de queimar mais de 40 mil oliveiras no sul do país usando "bombas de fósforo branco".

A IDF negou a acusação.

As "cápsulas de fumaça contendo fósforo branco das Forças de Defesa de Israel não são destinadas nem usadas para causar incêndios, e qualquer alegação de que essas cápsulas são usadas com esse propósito é infundada", afirmou a IDF em comunicado à CNN.

A IDF também declarou que não utiliza a arma em áreas densamente povoadas, mas acrescentou que há "algumas exceções".

"Isso está de acordo e vai além dos requisitos do direito internacional", afirmou a entidade.

O que é o fósforo branco?

O fósforo branco uma arma incendiária usada para causar incêndios em alvos militares, mas seu uso é restringido pelas leis de direito internacional humanitário.

É considerado legal em alguns casos, mas não pode ser disparado em áreas civis ou perto de infraestruturas civis.

O fósforo branco pode ser usado para iluminação ou para criar uma cortina de fumaça em combate, mas é conhecido por queimar a carne até o osso.

De acordo com o Comitê Internacional da Cruz Vermelha, "o uso de armas de fósforo branco contra qualquer alvo militar dentro de áreas com concentração de civis é proibido, a menos que o alvo militar esteja claramente separado dos civis".

A Human Rights Watch também acusou Israel de disparar repetidamente fósforo branco no Líbano desde o início da escalada do conflito entre os dois países, em 8 de outubro, desencadeada pela guerra entre o Hamas e Israel.

No mês passado, a IDF negou veementemente as alegações.

Em uma entrevista, o porta-voz das Forças de Defesa de Israel, o tenente-coronel Peter Lerner, disse à CNN que "categoricamente, não," não tinha usado fósforo branco.

Tanto a Anistia Internacional quanto a Human Rights Watch documentaram o uso de fósforo branco por Israel em áreas civis em Gaza durante rodadas anteriores do conflito na região.

A CNN também documentou seu uso.

Uma equipe da CNN no sul do Líbano testemunhou incêndios, árvores em chamas e fumaça em meio aos ataques israelenses nas últimas duas semanas, e filmou campos de oliveiras abandonados durante a atual temporada de colheita.

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