Em meio à pandemia, rainha Elizabeth II fará raro pronunciamento aos britânicos
No discurso, chefe de Estado pedirá 'autodisciplina e determinação' à população e agradecerá aos profissionais de saúde e de serviços essenciais pela dedicação
A rainha Elizabeth II fará um raro pronunciamento à nação neste domingo (5) para pedir às pessoas que tenham “autodisciplina e determinação” frente à pandemia do coronavírus.
Em uma gravação feita no castelo de Windsor, a rainha agradecerá os profissionais do Serviço Nacional de Saúde do Reino Unido, cuidadores e outros trabalhdores de serviços essenciais.
“Eu falo com vocês em um momento que sei que é cada vez mais desafiador. Um momento de grande perturbação para o nosso país: uma perturbação que trouxe luto para alguns, dificuldades financeiras para muitos e enormes mudanças no dia a dia de todos nós”, diz ela, segundo comunicado do Palácio de Buckingham.
“Eu espero que, nos anos à frente, todos possam se orgulhar de como responderam a esse desafio. E que aqueles que virão depois de nós digam que os britânicos desta geração foram o mais forte que puderam. Que os atributos da autodisciplina, de uma determinação calma e bem-humorada e do sentimento de companheirismo que ainda caracterizam este país.”
Ela irá mostrar reconhecimento pela dor já sentida pelas famílias e agradecer àqueles que estão seguindo as orientações oficiais para ficar em casa e proteger os vulneráveis, de acordo com o comunicado.
A rainha raramente faz discursos nacionais, normalmente falando ao país apenas no Natal e quando um novo Parlamento é instalado.
Seu discurso vem em um momento em que as autoridades fazem pedidos à população para que fique em casa durante o fim de semana, conforme o o inverno acaba e as temperaturas começam a passar dos 20 graus. No domingo, o secretário de Saúde do Reino Unido, Matt Hancock, reforçou que os britânicos não devem sair para tomar sol. Os parque de Londres estão ficando cheios enquanto lojas e outros estabelecimentos fecham em todo o país.
Até o momento, o Reino Unido já registrou mais de 4.000 mortes em decorrência do novo coronavírus, o quarto maior recorde do mundo, de acordo com a universidade Johns Hopkins.
Entre as medidas adotadas pelo país estão o distanciamento social, o fechamento de escolas e creches para a maioria das crianças e também do comércio e serviços não essenciais.
Depois de, inicialmente, decidir não fazer testes em massa, o governo do Reino Unido reverteu sua política e tentará testar 100 mil pessoas por dia.
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A decisão é feita em um momento em que 8% dos funcionários da rede de saúde estão impossibilitados de trabalhar por problemas de saúde or por necessidade de isolamento.
A decisão também acontece à medida que a crescem as evidências de que as pessoas podem ter o vírus e não apresentar nenhum sintoma.
Hancock disse, na sexta-feira (3), que o pico de mortes por novo coronavírus no Reino Unido deve acontecer no domingo de Páscoa.
Um dos principais epidemologistas do país, Neil Ferguson, disse à rede BBC, no sábado, que as regras de distanciamento social poderiam ser relaxadas em algumas semanas se houver sinais de que o avanço do novo coronavírus esteja desacelerando mas também apontou que medidas especiais podem ser necessárias até o fim de maio.
O príncipe Charles, de 71 anos e herdeiro do trono, testou positivo para o COVID-19 e está em isolamento. Na sexta, o príncipe de Gales abriu o hospital Nightingale, uma unidade temporária, por meio de um conferência em vídeo feita em Londres, e disse que se considerava “sortudo” por testar tendo apenas sintomas leves.