Em meio a crise, Líbano impõe nova quarentena parcial para frear Covid-19
Infecções dobraram desde a explosão catastrófica no porto de Beirute.
A disseminação do coronavírus está agravando as aflições de um país que ainda se recupera da explosão de 4 de agosto, que matou pelo menos 179 pessoas e feriu 6 mil, e de um colapso financeiro que devastou a economia.
“Nesta área, aqueles que escaparam da morte têm parentes feridos, não há casas ou carros… Francamente, esquecemos o corona”, disse Nabil Nahed, 50, um professor cuja casa na área de Gemmayzeh foi gravemente danificada na explosão. “Mas temos que tomar os cuidados que pudermos, porque nas últimas duas semanas todo mundo se misturou e o corona certamente aumentou”, disse.
O Líbano registrou seu maior número de novas infecções diárias nesta sexta, com 628 novos casos e três mortes. As infecções se espalharam desde a explosão, pois os hospitais foram inundados com as vítimas, dizem os médicos.
“Voltamos à estaca zero”, disse o ministro da saúde do governo interino, acrescentando que o governo estava melhor preparado do que no início da pandemia.
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Iman Shankiti, representante da Organização Mundial de Saúde no Líbano, disse que o país está em uma situação perigosa.
“Levamos seis meses desde fevereiro para chegar a 5 mil casos no total. Mas, infelizmente, durante as últimas duas semanas, dobramos esse número – o que é bastante preocupante ”, afirmou.
Embora se espere que a maioria dos casos seja assintomática, houve um aumento no número de casos que precisam de hospitalização, disse ela.
A paralisação, que inclui toque de recolher das 18h às 6h, permite retirar entulhos, fazer reparos e socorrer bairros demolidos pela explosão. O aeroporto permanecerá aberto, e os viajantes terão que fazer um teste PCR antes do embarque e na chegada.
Na hora seguinte ao toque de recolher nesta sexta, as lojas foram fechadas e a polícia foi vista conduzindo os pedestres ao longo do passeio à beira-mar. Uma fonte de segurança disse que o cumprimento foi bom na área de Beirute, embora menos no norte do Líbano.
