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    Em dois dias, 58 aviões da China sobrevoam zona de defesa aérea de Taiwan

    Neste sábado (2), 20 aeronaves chinesas passaram pelo espaço aéreo taiwanês; na sexta-feira (1), 38 aviões foram enviados por Pequim na maior incursão diária da história

    Aeronave antissubmarino Yun 8 da Força Aérea da China sobrevoa zona de defesa aérea de Taiwan
    Aeronave antissubmarino Yun 8 da Força Aérea da China sobrevoa zona de defesa aérea de Taiwan Divugação/Ministério da Defesa de Taiwan

    Ben Blanchardda Reuters

    Pelo menos 20 aviões da Força Aérea da China entraram na zona de defesa aérea de Taiwan neste sábado (2), disse o Ministério da Defesa do território semiautônomo.

    O Ministério da Defesa de Taiwan informou que, das 20 aeronaves, 18 eram caças e as demais se tratavam de aeronaves antissubmarinos.

    O grupo voou nas proximidades das Ilhas Pratas. Isso se seguiu a uma incursão de 38 aeronaves chinesas na sexta-feira (1), a maior já registrada na história.

    Taiwan criticou duramente a China neste sábado, depois que Pequim marcou a fundação da República Popular da China – nome oficial do país –, celebrada em 1º de outubro, com a maior incursão na zona de defesa da ilha.

    Taiwan, uma ilha governada democraticamente que é reivindicada pela China, reclama há mais de um ano das repetidas missões da Força Aérea da China, muitas vezes na parte sudoeste de sua zona de defesa aérea perto das Ilhas Pratas, controladas por Taiwan.

    Os caças taiwaneses avistaram 38 aeronaves chinesas em duas ondas na sexta-feira, disse o Ministério da Defesa de Taiwan. O órgão informou que Taiwan enviou aviões de combate para alertar os aviões chineses, enquanto sistemas de mísseis foram implantados para monitorá-los.

    “A China tem se envolvido deliberadamente em agressões militares, prejudicando a paz regional”, disse o primeiro-ministro de Taiwan, Su Tseng-chang, a repórteres na manhã deste sábado.

    A primeira onda de incursões compreendeu 18 aeronaves J-16 e quatro caças Su-30, além de dois bombardeiros H-6 com capacidade nuclear e uma aeronave antissubmarino, enquanto a segunda tinha 10 J-16, 2 H-6 e um avião de alerta e controle, disse o ministério.

    Caça chinês J-16, do Exército de Libertação do Povo, voa sobre zona de identificação de defesa aérea de Taiwan
    Caça chinês J-16, do Exército de Libertação do Povo, voa sobre zona de defesa aérea de Taiwan / Ministério da Defesa de Taiwan

    O primeiro grupo de aeronaves chinesas voou em uma área próxima às Ilhas Pratas, com os dois bombardeiros voando mais perto do atol, de acordo com um mapa divulgado pelo governo de Taiwan.

    O segundo grupo voou para o Canal Bashi, que separa Taiwan das Filipinas, uma via navegável importante que liga o Pacífico ao disputado Mar do Sul da China.

    O ministro das Relações Exteriores de Taiwan, Joseph Wu, acrescentou sua condenação, tuitando que as investidas recorde garantiram que sexta-feira “não foi um bom dia”.
    “Ameaçar? Claro”, acrescentou ele.

    A China ainda não comentou os voos desta sexta e sábado. Anteriormente, o país afirmou que tais voos visavam proteger a soberania do país e tinham como alvo o “conluio” entre Taiwan e Estados Unidos, o mais importante financiador internacional da ilha.

    A maior incursão anterior aconteceu em junho, envolvendo 28 aeronaves da Força Aérea chinesa.

    A última missão da China ocorreu menos de um dia depois que seu governo lançou um ataque verbal a Wu, evocando as palavras do líder revolucionário Mao Tsé-Tung ao denunciá-lo como uma “mosca estridente” por seus esforços para promover Taiwan internacionalmente.

    A China intensificou a pressão militar e política para tentar forçar Taiwan a aceitar a soberania chinesa. Taiwan diz que é um país independente e defenderá sua liberdade e democracia.