Em 2021, 50 milhões de pessoas viviam em “escravidão moderna”, diz relatório
À CNN Rádio, Maria Claudia Falcão da Organização Internacional do Trabalho no Brasil, responsável pelo estudo, disse que é “inaceitável” que o trabalho análogo à escravidão ainda exista
Um estudo da Organização Internacional do Trabalho (OIT) apontou que 50 milhões de pessoas viviam na chamada “escravidão moderna” em 2021.
O levantamento foi feito em parceria com a Organização Internacional para Migrações e a entidade de direitos humanos Walk Free.
À CNN Rádio, Claudia Falcão, que é coordenadora do Programa de Princípios e Direitos Fundamentais no Trabalho da OIT no Brasil, afirmou que “é inaceitável que tenhamos hoje condições de trabalho consideradas análogas à escravidão.”
Segundo ela, o estudo é “um alerta importante”.
“O relatório indica que estamos atrasados com compromissos globais contra a escravidão, é o momento onde a gente tem que focar e agir com urgência.”
A escravidão moderna, de acordo com a explicação de Claudia Falcao, é um termo que abrange o trabalho forçado e o casamento forçado.
As estimativas do levantamento mostram que, entre as vítimas, 28 milhões realizavam trabalho forçado, sendo que 3,3 milhões eram crianças.
A especialista ressalta que o mecanismo da denúncia é muito importante para chegar nas pessoas nesta situação.
“É preciso o apoio da sociedade para chegar nesse local, principalmente no que diz respeito ao trabalho doméstico, as pessoas precisam saber qual é o conceito de trabalho forçado.”
No Brasil, o trabalho escravo é crime e é aquele em que a pessoa é submetida à servidão por dívida, trabalho forçado, jornada exaustiva ou condições degradantes.
Claudia ainda contou que o país “foi e continua sendo referência internacional no combate ao trabalho escravo.”
Mesmo assim, ela destaca que o país está sujeito à situação.
De 1995 a 2021, foram 57 mil pessoas resgatadas do trabalho análogo ao escravo.
*Com produção de Isabel Campos