Eleições nos EUA: melhores e piores momentos da 2ª noite da Convenção Democrata
Nomes tradicionais da política do país, como Bill Clinton, se misturaram a figuras mais novas, como Alexandria Ocasio-Cortez, em uma série de discursos virtuais
A segunda noite da Convenção Nacional Democrata nos Estados Unidos acabou. A estranheza do evento 100% virtual foi um pouco menos chocante do que a rodada anterior. Nomes tradicionais da política norte-americana, como Bill Clinton, se misturaram a figuras mais novas, como a congressista Alexandria Ocasio-Cortez, em uma série de discursos virtuais.
No geral, as duas horas dessa terça-feira (18) foram melhores que as de segunda (17). Confira abaixo os melhores e piores momentos.
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Melhores momentos
Vídeo do McCain
O vídeo, narrado pela executiva Cindy McCain, mostrando a longa amizade entre John McCain e Joe Biden foi bem produzido e reforçou a mensagem central da campanha presidencial do candidato democrata: ele é uma pessoa com gana e habilidade de trabalhar nos corredores – alguém que acredita mais nas pessoas do que nos rótulos partidários.
Ouvir a voz de McCain novamente foi assustador e, ao mesmo tempo, revigorante, além de ser um lembrete de que a política pode ser uma coisa boa.
Ady Barkan
A história do jovem pai com esclerose lateral amiotrófica é muito conhecida nos EUA, mas não perde força por causa disso. O vídeo de Barkan brincando com seu filho mais novo, a voz dele ao fundo explicando por que luta tanto por saúde pública de qualidade, foi um momento muito poderoso, emocionante e humano.
Jill Biden
Ela não é Michelle Obama, mas também ninguém mais é. Jill Biden fez o que precisava fazer em seu discurso: contou a história de Joe Biden (uma vida marcada por tragédia e resiliência) de uma forma que ninguém mais poderia fazer.
O testemunho dela sobre a fé do marido e sobre como ele se apoiou nisso para conseguir passar pelos momentos mais difíceis da vida dele foi importante, rompendo a narrativa imposta pelo presidente Donald Trump de que o ex-vice-presidente não se importa com Deus.
Jacquelyn Brittany
Ter no evento a operadora de elevador do jornal New York Times, que ganhou destaque nas redes sociais quando disse que amou quando Biden foi à redação para uma entrevista com o conselho editorial, foi um golpe de gênio.
E as palavras dela sobre o democrata – “no pouco tempo que passei com Joe Biden, pude perceber que ele realmente me viu” – foram um forte testemunho da humanidade e simpatia do candidato.
Indicação de Biden
Não há muitas coisas que são melhores no mundo virtual do que no real. Mas a votação nominal do estado (que serve para formalizar a indicação do candidato democrata) é uma delas. Foi divertido ver quem cada estado escolheu para anunciar os votos para Biden.
Khizr Khan, pai de um soldado norte-americano morto no Iraque em 2004, e os pais de Matthew Shepard, morto em um crime de ódio anti-LGBT, por exemplo, foram escolhas inteligentes.
John Legend
Afinal, o cantor é simplesmente talentoso.
Piores momentos
Bill Clinton
O ex-presidente discursou em todas as convenções democratas desde 1980, então não é fácil barrar a participação dele. Mas para um partido que abraçou o movimento #MeToo e se apoia nas mulheres para vencer Donald Trump, a imagem de Clinton não ajuda muito (você talvez se lembre que, quando ele estava na presidência, teve um caso extraconjugal com uma estagiária da Casa Branca).
Clinton não teve muito tempo para falar (quase cinco minutos apenas) e foi um dos primeiros discursos da noite. Ainda assim…
Alexandria Ocasio-Cortez
Ver Alexandria Ocasio-Cortez discursar por 90 segundos a favor da indicação de Sanders durante a primeira hora da convenção foi um verdadeiro desperdício de talento. Sabia-se que a equipe de Biden não queria a congressista, um para-raios do Partido Republicano, na linha de frente do evento. Mas pareceu que ela poderia ter sido utilizada de uma forma muito mais eficaz.
John Kerry
A ideia é compreensível – um ex-candidato democrata à presidência e ex-secretário de estado que usou sua imagem para ajudar a promover a ideia de que Trump é perigoso para os EUA. Mas outro político mais velho, da antiga guarda do Partido Democrata, em um terno falando o quão ruim Trump é? Em um tom decididamente político e senatorial? Poderíamos ter ficado sem essa.
(Texto traduzido, clique aqui e leia o original em inglês.)