EUA estão com as mãos amarradas sobre Israel, diz especialista à CNN
Christopher Garman, diretor-executivo da Eurasia, analisa a complexa posição dos Estados Unidos no conflito entre Israel e Hamas
O diretor-executivo para as Américas da Eurasia, Christopher Garman, afirma que os Estados Unidos estão com as “mãos amarradas” em relação ao conflito entre Israel e Hamas.
Segundo o especialista, a capacidade do governo americano de moderar as ações israelenses é limitada, apesar do histórico de apoio ao país no Oriente Médio.
Garman explica que os EUA veem Israel como um aliado estratégico em uma região onde o Irã é considerado uma força disruptiva.
No entanto, o governo Biden enfrenta críticas devido à forma como a invasão da Faixa de Gaza ocorreu e ao subsequente desastre humanitário.
Divisão interna nos EUA
O analista destaca que a administração democrata enfrenta um desafio adicional: a base eleitoral do partido está dividida sobre o tema.
“Quem apoia Israel geralmente é o eleitorado mais velho, e quem critica a invasão de Gaza é o eleitorado mais progressista e jovem”, afirma Garman.
Esta divisão interna complica a posição do governo Biden, que precisa equilibrar o apoio histórico a Israel com as crescentes preocupações humanitárias e as críticas de setores mais progressistas do partido.
Impacto nas eleições americanas
Ao abordar as possíveis diferenças entre os candidatos nas próximas eleições presidenciais, Garman sugere que uma vitória de Kamala Harris poderia resultar em um apoio menos irrestrito a Israel.
Por outro lado, ele prevê que Donald Trump ofereceria um apoio mais forte, o que também beneficiaria politicamente o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu.
No entanto, o especialista ressalta que, independentemente de quem esteja na Casa Branca, o conflito será gerenciado principalmente pelas iniciativas de Israel e pelas reações do Irã.
A possibilidade de uma escalada regional, segundo Garman, depende menos da política externa americana e mais das ações dos atores locais.
Garman conclui que, apesar da influência histórica dos EUA na região, o país tem opções limitadas para evitar um conflito regional mais amplo.