Entenda como Kamala lida com questões sobre Gaza durante campanha presidencial
Conflito entre Israel e Hamas provou ser uma questão fundamental para os eleitores progressistas e jovens; Partido Democrata lida com complexidade da situação
A vice-presidente dos Estados Unidos, Kamala Harris, lidou com situações envolvendo o conflito em Gaza em um comício de campanha em Detroit na noite de quarta-feira (7), agindo rapidamente para encerrar os protestos que interromperam o evento.
“Porque acreditamos na democracia, a voz de todos é importante, mas eu estou falando agora”, disse ela enquanto um grupo de cerca de oito mulheres interrompeu o evento com mensagens pró-Palestina.
À medida que os protestos continuaram, Kamala tornou-se mais direta, dizendo: “Se você quer que Donald Trump ganhe, então diga isso. Caso contrário, eu estou falando”.
O episódio destaca como a candidata democrata à presidência está lidando com o cenário complexo da guerra entre Israel e Hamas, tanto em nível diplomático quanto político, enquanto lidera a chapa do partido.
O conflito em Gaza provou ser uma questão fundamental para os eleitores progressistas e jovens, assim como para as comunidades árabes-americanas e muçulmanas também. Isso inclui aqueles no estado decisivo de Michigan, que é casa para importantes comunidades árabe-americanas e muçulmanas, inclusive em cidades como Dearborn.
Assim como Biden, Kamala enfrenta uma corda bamba política e diplomática que não está inteiramente sob seu controle. Embora a Casa Branca mantenha uma esperança de um acordo de reféns e de cessar-fogo que colocaria fim aos combates em Gaza e reduziria os ânimos regionais, o poder para chegar a tal acordo cabe ao Hamas e ao primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu. Nenhum dos dois lados deu uma declaração final.
Manifestantes pró-Palestina têm pressionado os Estados Unidos para que exerçam pressão sobre Israel usando a venda de armas e outros tipos de assistência como influência – decisões que, por enquanto, não cabem a Kamala tomar. Embora Biden tenha dito que iria reter alguns envios de armas para Israel, até agora ele não tomou medidas importantes que cortariam a assistência americana.
Em suma, as posições de Kamala Harris não estão em desacordo com as de Biden. Nos bastidores, porém, ela tem defendido uma abordagem mais empática com os palestinos e, em público, adota um tom mais incisivo que Biden ao discutir a situação em Gaza.