Análise: Governo Biden busca cessar-fogo em Gaza para ajudar partido nas eleições
Analista da CNN afirma que governo Biden tenta interromper conflito para beneficiar Kamala Harris nas eleições americanas
O governo dos Estados Unidos intensifica esforços para alcançar um cessar-fogo entre Israel e Hamas na Faixa de Gaza, com motivações que vão além da questão humanitária.
Segundo o analista sênior de internacional da CNN Américo Martins, há uma forte preocupação política por trás dessas negociações, visando as eleições americanas.
Anthony Blinken, secretário de Estado norte-americano, realiza sua 9ª viagem pelo Oriente Médio, buscando avanços nas negociações.
Em Israel, Blinken se reuniu com o presidente Isaac Herzog e o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, discutindo por três horas a possibilidade de um cessar-fogo que incluiria a libertação de parte dos reféns mantidos pelo Hamas.
Pressão política e críticas ao governo Biden
O governo Biden enfrenta críticas de grupos pró-Palestina pela forma como lidou com a ação israelense em Gaza.
Protestos têm ocorrido, inclusive durante a convenção democrata, aumentando a pressão sobre a administração atual e potencialmente afetando a vice-presidente Kamala Harris.
Blinken afirmou que Israel aceitou uma proposta temporária dos EUA para um cessar-fogo, embora os detalhes não tenham sido divulgados.
O acordo envolveria a libertação de alguns reféns e de prisioneiros palestinos, além de uma pausa nos combates.
No entanto, o Hamas já rejeitou a proposta, exigindo um cessar-fogo permanente.
Riscos de escalada regional
As negociações continuam em meio a alertas de uma possível expansão do conflito. O presidente egípcio, Abdel Fattah al-Sisi, em reunião com Blinken no Cairo, advertiu sobre o risco de uma guerra mais ampla no Oriente Médio, possivelmente envolvendo o Irã.
Apesar do otimismo americano, mediadores como Egito e Catar demonstram cautela quanto às perspectivas de um acordo imediato.
A situação permanece tensa, com implicações que vão além do conflito local, afetando a geopolítica regional e a política interna dos Estados Unidos.