Américo Martins: Alta taxa de votação antecipada é reflexo de polarização nos EUA
Presidente americano comparece às urnas em Delaware, refletindo tendência crescente de votação antecipada que evidencia divisão entre democratas e republicanos
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, exerceu seu direito de voto antecipadamente nesta segunda-feira (28) em Delaware, marcando um momento significativo nas eleições americanas de 2024. A decisão do presidente de votar antes do dia oficial das eleições reflete uma tendência crescente entre os eleitores americanos.
De acordo com o analista sênior da CNN, Américo Martins, a alta taxa de votação antecipada é um claro indicativo da intensa polarização política que caracteriza a disputa entre republicanos e democratas este ano. “Milhões de pessoas já estão votando nos Estados Unidos, desde a semana passada, quando começaram a abrir essas urnas e locais de votação antecipadamente”, observou Martins.
Interesse elevado e mobilização do eleitorado
O crescente número de eleitores optando pela votação antecipada demonstra um interesse significativo da população nestas que são consideradas “uma das eleições mais importantes da história recente do país”. A mobilização expressiva do eleitorado é vista como um reflexo direto da divisão profunda entre as duas principais forças políticas americanas.
Apesar da importância do momento, o presidente Biden não permitiu imagens dentro do local de votação, possivelmente para evitar tumultos. Esta atitude contrasta com a prática comum no Brasil, onde candidatos frequentemente utilizam o momento do voto para motivar eleitores, embora não possam fazer campanha explícita no dia das eleições.
Desafios para a campanha democrata
A participação de Biden no processo eleitoral ocorre em um contexto delicado para o Partido Democrata. O presidente, que inicialmente acreditava ser o melhor candidato para derrotar o ex-presidente Donald Trump, acabou abrindo mão de sua candidatura em favor de sua vice-presidente, Kamala Harris.
Américo Martins destaca que a campanha de Harris tem mantido uma certa distância de Biden, devido à sua baixa popularidade. “Ele é um presidente que fez algumas coisas importantes no governo, mas não tem uma grande popularidade, tanto que acabou tendo que abrir mão da sua própria candidatura”, explicou o analista.
As eleições americanas de 2024 prometem ser um teste crucial para a democracia do país, com a votação antecipada já sinalizando o alto nível de engajamento e a profunda divisão política que marca o cenário atual nos Estados Unidos.