Américo: Com Trump, governo americano deve ter mudança radical na agenda climática
Américo Martins prevê mudança radical na agenda climática dos Estados Unidos com possível vitória de Donald Trump nas eleições presidenciais de 2024
A vitória de Donald Trump nas eleições presidenciais de 2024 nos Estados Unidos pode resultar em uma mudança drástica na política climática do país, segundo Américo Martins, analista sênior de Internacional da CNN. O especialista alerta para o risco de os EUA se retirarem novamente dos Acordos de Paris, o que teria um impacto significativo nas negociações climáticas globais.
Durante seu primeiro mandato, Trump retirou os Estados Unidos dos Acordos de Paris, uma decisão que foi revertida pelo atual presidente Joe Biden. Agora, com a perspectiva de um novo governo Trump, há preocupações de que o país possa mais uma vez abandonar esse importante compromisso internacional.
Mudanças na política energética
Além da possível saída dos Acordos de Paris, Trump sinaliza mudanças significativas na política energética dos EUA. O analista da CNN aponta que o ex-presidente deve acabar com subsídios para energia verde e carros elétricos, além de impulsionar a extração de petróleo e o uso de combustíveis fósseis.
Essas medidas vão na contramão dos esforços globais para combater as mudanças climáticas e reduzir as emissões de gases de efeito estufa. A posição de Trump ignora eventos climáticos extremos recentes, como enchentes no Rio Grande do Sul, seca na Amazônia e furacões que atingiram duramente os Estados Unidos este ano.
Preocupação internacional
A possível mudança na postura dos EUA gera preocupação internacional. O secretário-geral da ONU, António Guterres, alertou que a saída do país dos Acordos de Paris não acabaria completamente com o tratado, mas teria um impacto significativo, comparável a uma pessoa que perde alguns órgãos vitais.
Os Estados Unidos são o segundo maior emissor de gases de efeito estufa do mundo e, historicamente, o país que mais contribuiu para o aquecimento global. Além disso, como a maior economia do planeta, os EUA teriam um papel crucial no financiamento de medidas de compensação, adaptação e transição energética em escala global.
A mudança na política climática americana, caso Trump vença as eleições, pode representar um retrocesso significativo nos esforços globais de combate às mudanças climáticas, com consequências que se estenderiam muito além das fronteiras dos Estados Unidos.