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    Eleições na Guatemala: segundo turno presidencial ocorre neste domingo (20)

    Candidato que surpreendeu no primeiro turno, Bernardo Arévalo, é apontado como favorito por ter mais chance de conquistar o eleitor que votou nulo anteriormente

    Pedro Jordãoda CNN , São Paulo

    O segundo turno das eleição presidencial da Guatemala ocorre neste domingo (20) entre dois socio-democratas, Sandra Torres (Une) e Bernardo Arévalo (Movimento Semilla). Eles disputam a comando do país representando as ideias de continuação de políticos tradicionais no poder ou a mudança, respectivamente.

    • De um lado, Torres, política tradicional do país e que já foi primeira-dama. Ela chega ao seu terceiro segundo turno presidencial.
    • Do outro, o diplomata e sociólogo Arévalo, que surpreendeu ao conseguir chegar a esta etapa, já que as pesquisam não previam esse resultado para o primeiro turno.

    Torres liderou o primeiro turno, com 15,8% dos votos, em relação a todas as outras chapas. Já o sociólogo fez 11,7%. Ambos ficaram atrás apenas dos votos nulos (17,3%), que foram dados em forma de protesto contra o sistema político do país pelos eleitores.

    Além disso, o voto nulo foi incentivado por três políticos (Carlos Pineda, Roberto Arzú, e Jordan Rodasque) tiveram suas candidaturas presidenciais suspensas no primeiro turno. Eles objetivavam conquistar mais de 50% de nulos para que a eleição fosse anulado, segundo as leis eleitorais do país.

    Como isso não aconteceu, o cenário mais provável que se desenha é o avanço de Arévalo sobre Torres, já que grande parte do eleitorado que votou nulo no primeiro turno pode migrar para ele por percebê-lo como uma espécie de “outsider” do jogo político do atual governo da Guatemala, envolvido em escândalos de corrupção.

    Por outro lado, além de ter tradição na política, Torres também já chegou a ser presa, em 2019, por um escândalo de corrupção envolvendo seu partido. O que também pontua contra ela no cenário eleitoral de 2023.

    Arévalo tem usado sua campanha para defender o combate à corrupção e se colocar abertamente para o eleitor como o candidato da mudança. Ele ainda defende políticas focadas na sustentabilidade e combate às alterações climáticas, o que o coloca em um contexto global mais sólido.

    Em um levantamento da Sondagem Livre, publicado pelo jornal “Prensa Libre” na última quarta-feira (16), o sociólogo aparecia com 64,9% das intenções de votos válidos, contra 35,1% de Torres.

    A pesquisa também aponta que a quantidade de votos brancos e nulos deve permanecer alta no segundo turno.

    Apesar disso, Arévalo protagonizou um episódio polêmico no primeiro turno, tendo sido acusado de fraude eleitoral pelo Ministério Público da Guatemala. Segundo a procuradoria, o partido Semilla teria falsificado assinaturas para poder se credenciar no Tribunal Supremo Eleitoral (TSE).

    O caso rendeu buscas no TSE, para apreender registros de candidatura e partidários. No entanto, protestos populares fizeram o MP recuar, passando a afirmar que não queria retirar nenhuma candidatura da disputa.

    Na última sexta-feira (11), Torres foi às redes sociais para cobrar mais rigor na apuração do caso e pedir mais transparência.

    O secretário-geral da OEA, Luis Almagro, esteve na Guatemala entre 1º e 4 de agosto deste ano para firmar compromissos com órgãos de Estado pela realização das eleições neste domingo de forma transparente e democrática.

    Ele também firmou o compromisso com o atual presidente, Alejandro Giammattei, de que ele vai passar a faixa presidencial no dia 14 de janeiro a quem se eleger.

    Tanto a OEA quanto a União Europeia anunciaram que enviarão suas missões de observação eleitoral para o segundo turno.

    Veja também: Ex-presidente da Guatemala é condenado por corrupção

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