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    Eleições na Catalunha: Votação coloca em jogo estabilidade política na Espanha

    Partidos pró-independência disputam assentos no Parlamento com partido socialista, do premiê Pedro Sánchez

    Final de semana de eleição na Catalunha
    Final de semana de eleição na Catalunha Foto: Keith Hawkins/EyeEm/gettyimages

    Da CNN

    Os cidadãos da Catalunha vão às urnas neste domingo (12) para votar em uma eleição regional que pode determinar a estabilidade do governo liderado pelos socialistas na Espanha.

    Além disso, o evento vai medir a força de um movimento pró-independência que tem agitado o país há uma década.

    Mais de 5,7 milhões de pessoas poderão votar na eleição para o Parlamento da Catalunha, na qual escolherão os 135 membros desta Câmara autônoma. O próximo presidente da Catalunha será escolhido pelo Parlamento regional.

    Os candidatos focaram em diferentes questões durante a campanha, desde a seca, a forma de financiar a região, como facilitar o acesso para habitação e um assunto mais delicado: a independência.

    Uma nova era poderia ser iniciada na Catalunha se um governo liderado pelo Partido Socialista Operário Espanhol, ao qual o primeiro-ministro Pedro Sánchez faz parte, for eleito, após uma década de governos separatistas, segundo avaliou o cientista político Toni Rodon.

    “Se os separatistas perderem sua maioria absoluta no Parlamento, isso representaria definitivamente uma mudança de ciclo”, destacou Rodon.

    “Se isso é temporário ou de longo prazo, veremos”, complementou.

    Entretanto, uma vitória do partido Junts reforçaria a causa separatista e criaria mais dificuldades para o governo espanhol.

    O candidato do Junts é Carles Puigdemont, que foi líder da Catalunha durante uma tentativa fracassada de separar a região da Espanha em 2017. Ele tem prometido ressuscitar o esforço pela independência.

    Carles Puigdemont em Bruxelas / 5/7/2023 REUTERS/Yves Herman

    Desde que Sánchez assumiu o segundo mandato em novembro do ano passado, ele tem se apoiado em uma frágil aliança com os separatistas para aprovar leis no Parlamento, provocando a ira dos conservadores.

    Puigdemont, que foi indiciado na Espanha por conta da tentativa fracassada de independência e que vive em autoexílio, tem alertado que o Junts pode retirar seu apoio ao premiê se o próximo governo catalão for um que ele não possa aceitar.

    O líder separatista deve voltar para o país em breve graças a uma anistia.

    Partidos pró-independência

    Ao menos quatro partidos apoiam a independência da Catalunha:

    • Junts+, liderado por Carles Pugidemont
    • Esquerda Republicana da Catalunha (ERC), liderada por Pere Aragonés;
    • Candidatura de Unidade Popular (CUP), com Laia Estrada como candidata à presidência da Generalitat da Catalunha
    • e a Aliança Catalana, um partido conservador que tem Silvia Orriols como líder.

    Entretanto, um levantamento publicado na semana passada pelo Centre d’Estudis d’Opinió (CEO), órgão ligado à Generalitat da Catalunha, apontava que os partidos pró-independência não conquistariam um total de 68 deputados, número que garantiria maioria no Parlamento.

    O que dizem as pesquisas

    As últimas pesquisas eleitorais indicam a vitória do candidato do Partido Socialista da Catalunha (PSC), Salvador Illa.

    Esse cenário se repetiu nos levantamentos do CEO, do Centro de Investigação Sociológica (CIS), vinculado ao Ministério da Presidência, Justiça e Relações com as Cortes, e do jornal El País.

    Entretanto, essa vitória não seria por uma margem suficiente para que ele governe sozinho, obrigando o partido a buscar acordos para fortalecer seu candidato na presidência da região.

    Salvador Illa, candidato do Partido Socialista da Catalunha (PSC)
    Salvador Illa, candidato do Partido Socialista da Catalunha (PSC) / Reprodução/Instagram

    Os socialistas devem ganhar 40 assentos no Parlamento; já o Junts deve obter 34 assentos; e a ERC, 26 assentos, de acordo com a pesquisa de opinião do jornal El País.

    Ao mesmo tempo, estes acordos podem ser complicados, pois os partidos que aparecem em seguida nas intenções de voto são pró-independência.

    Apesar de estar aberto a acordos com outras siglas de esquerda, como a Esquerda Republicana da Catalunia (ERC), Illa pode não ter apoio garantido.

    Pere Aragonés, candidato do ERC, não respondeu, durante a campanha, que pactos poderia fazer se isso fosse necessário para fortalecer um governo com os socialistas, ou um governo com linhas pró-independência.

    Por fim, os levantamentos mostram que cerca de 40% dos eleitores estão indecisos, portanto, alterações nos resultados são possíveis.

    *com informações da Reuters