Eleições na Argentina: dúvida na disputa entre Massa e Milei é para onde vão os 6 milhões de votos de Bullrich
Segundo turno presidencial está agendado para 19 de novembro no país
O destino dos 6,2 milhões de votos de Patricia Bullrich — terceira colocada no primeiro turno da eleição presidencial da Argentina — será decisivo na disputa entre o governista Sergio Massa e o ultraliberal Javier Milei em 19 de novembro.
Durante o discurso que fez após sua derrota, a conservadora em costumes não parabenizou seus opositores e fez duras críticas ao atual governo. Nesta segunda-feira (23), ela também não declarou apoio a nenhum dos dois.
Assim, apesar da derrota, Bullrich se torna agora protagonista da eleição argentina. E tanto Massa quanto Milei já tentam captar o eleitorado com novos discursos e alianças políticas.
Para uma analista ouvida pela CNN, o discurso de união, para atrair votos de outros eleitores, pode parecer mais fácil para Sergio Massa:
“Massa já vem defendendo com muita firmeza, há algum tempo, a ideia de um governo de unidade nacional. Ou seja, é muito fácil para Massa dizer a todos: ‘Venham comigo, e se houver bons libertários e liberais, também venham comigo”, comentou a especialista.
“No caso de Milei, a perspectiva parece um pouco mais complicada, porque ele insultou sistematicamente todos os adversários possíveis”, completou.
VÍDEO – Pesquisa: Metade dos argentinos aceita governo “não democrático”
Surpresas na eleição
O pleito do último domingo (22) surpreendeu um pouco com os resultados, principalmente pela reação do peronista Sergio Massa.
Há dois meses, nas primárias, o atual ministro da Economia amargou a terceira posição. De 27% dos votos em agosto, ele saltou para quase 37% agora.
Enquanto isso, o até então favorito, Javier Milei, com discursos polêmicos e radicais, ficou praticamente estagnado. Tanto nas primárias quanto no primeiro turno fez cerca de 30%.
Já Patrícia Bullrich, da coalizão de centro-direita, teve desempenho pior que o obtido nas primárias. Em agosto, somou 28% dos votos. Ontem, a ex-ministra do governo de Mauricio Macri ficou com 23%.
*Publicado por Pedro Jordão, com informações de Thais Herédia, analista da CNN em Buenos Aires